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Ibovespa acima de 130 mil pontos? 10 projeções para o índice em 2022

Eleições presidenciais devem ser a principal fonte de incertezas para os investidores no próximo ano, que promete ainda alta do juro nos EUA

Painel de cotações da B3 | Foto Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 27 de dezembro de 2021 às 07h45.

Última atualização em 27 de dezembro de 2021 às 09h09.

A quatro pregões do fechamento de 2021, o Ibovespa caminha para encerrar o ano em queda próxima de 10%. Em queda acumulada no ano de 11,5% até a quinta-feira, dia 23, antes do Natal, tem oscilado nos últimos dias em torno da marca dos 105.000 pontos. O principal índice da B3 está bem longe do recorde nominal de 130.776 pontos de 7 de junho. O que esperar em 2022, ano de eleições no Brasil e de aumento do juro nos Estados Unidos? 

Não vai faltar evento para acentuar a aversão ao risco por parte do investidor e afetar a renda variável, mas nem tudo está perdido na visão de alguns estrategistas de mercado. O patamar recorde dos 130.000 pontos pode voltar a ser alcançado a depender da conjunção de fatores, em uma espécie de "tempestade perfeita" às avessas.

Quais as ações mais promissoras para o ano que começa? Descubra com as análises do BTG Pactual

Para ajudar a guiar o investidor nesta virada de ano, a EXAME Invest consultou dez bancos e corretoras para saber o que eles projetam para o ano que começa.

As previsões mais otimistas colocam o índice em 134.000 pontos no próximo ano, enquanto as mais pessimistas, por outro lado, projetam o Ibovespa a 117.000 pontos. O que já significaria um ganho acima de 10%.

O ponto médio entre as projeções dos dez bancos e corretoras coloca o principal índice da B3 aos 121.500 pontos no fim de 2022, em patamar próximo ao que o Ibovespa tinha no início deste ano (119.000 pontos). Se a mediana das previsões se confirmar, o índice terá levado cerca de um ano para se recuperar das perdas de 2021. Veja abaixo as projeções: 

InstituiçãoProjeção para o Ibovespa em 2022
Ativa Investimentos

117.000

Bank of America

125.000

Bradesco BBI

130.000

BTG Pactual

132.000

Genial Investimentos

117.400

Goldman Sachs

120.000

Guide Investimentos

120.000

Modalmais

125.000

Morgan Stanley

120.000

Órama

134.000*

XP Investimentos

123.000

*Previsão entre 130.000 e 134.000 pontos

O que observar em 2022

O grande fator de incerteza para os investidores no próximo ano são as eleições presidenciais, que contam com o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidatos favoritos

“Fundamentalmente, os ganhos do Ibovespa dependem do nível das taxas de juros reais de longo prazo, que por sua vez dependem da situação política e fiscal do país. Vemos espaço para que as taxas reais de longo prazo caiam em 2022, especialmente se os candidatos se comprometerem com a disciplina fiscal durante a campanha para as eleições presidenciais”, avaliam, em relatório, os analistas do BTG Pactual (BPAC11).

O BTG é um dos bancos com visão mais otimista, com projeção do Ibovespa a 132.000 pontos ao fim de 2022 caso “o Brasil volte aos trilhos”. É um cenário base em que seria necessário que o Banco Central conseguisse trazer a inflação de volta à meta de 3,5% (atualmente acima de 10%), com queda nas taxas reais de longo prazo de volta à casa dos 4% em que estavam havia alguns meses. Tudo isso com um crescimento real de longo prazo do PIB de 2%; para o ano que vem, a previsão é a de um crescimento de 0,5%, depois de 1,85% em 2023 e atingindo a casa dos 2% em 2024.

Com essas premissas, o índice teria um potencial de valorização de 23%. “Embora 2022 seja inegavelmente um ano mais volátil, dados os níveis de valuation atuais, vemos espaço para as ações brasileiras terem um bom desempenho", apontam os analistas Carlos Sequeira, CFA, Osni Carfi e Bruno Lima no relatório "Estratégia Brasil 2022".

"Preferimos setores que tendem a performar bem em um cenário de inflação e taxas de juros mais altas, empresas de consumo que atendem a pessoas de alta renda, ações que ganham com a alta dos preços globais de energia e players positivamente impactados por um dólar mais forte em relação ao real”, afirmam no relatório.

Por outro lado, algumas instituições financeiras acreditam que os ventos contrários devem pautar o andamento da bolsa no próximo ano. É o caso da Genial Investimentos, que vê o Ibovespa a 117.400 pontos ao fim do ano.

“A dificuldade de previsão do cenário para 2022 fará com que o investidor tenha uma postura conservadora. E à medida que o investidor puder ter maior certeza do cenário à frente, ele poderá se aproximar do patamar otimista (neutro em fundamentos) de 129.400 pontos. Porém, em um cenário pessimista, de aversão a risco tanto global quanto local, o Ibovespa poderia ter como alvo a região dos 87.400”, afirmam os analistas da corretora em relatório.

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Para o Bradesco BBI, o banco de investimento do Bradesco, o principal catalisador da bolsa em 2022 será entender se existe a possibilidade de um ajuste fiscal profundo após as eleições, algo que poderia provocar um rali nos mercados. Os analistas, contudo, não estão convictos de que esse será o cenário base.

“Três coisas podem aumentar a probabilidade de um ajuste fiscal profundo pós-eleições: o presidente Bolsonaro anunciar o ajuste fiscal como sua prioridade para 2023; o ex-presidente Lula sinalizar um forte compromisso com o ajuste fiscal pós-eleitoral; ou uma maior probabilidade de um terceiro candidato que já sinalizou profundo ajuste fiscal pós-eleitoral chegar ao segundo turno”, dizem os analistas em relatório.

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