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Governo quer câmbio menos volátil; dólar a R$1,95 não é piso

Segundo uma fonte da equipe econômica, o dólar pode cair para baixo de R$1,95 se o fizer de maneira suave


	"A maior apreciação do real (frente ao dólar) tende a ajudar, ou a não atrapalhar [a inflação]", afirmou a fonte
 (Images of Money / Flickr)

"A maior apreciação do real (frente ao dólar) tende a ajudar, ou a não atrapalhar [a inflação]", afirmou a fonte (Images of Money / Flickr)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 18h27.

São Paulo - A preocupação do governo em relação ao câmbio está mais centrada neste momento na volatilidade do que nos eventuais patamares a que o dólar pode chegar em relação ao real, disse à Reuters nesta quinta-feira um importante integrante da equipe econômica.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que variações bruscas do câmbio não são bem-vindas, e indicou que o dólar poderia cair abaixo de 1,95 real se esse movimento ocorrer de forma suave.

Quando questionada se o atual patamar de câmbio ajuda no combate à inflação, a fonte respondeu que "a maior apreciação do real (frente ao dólar) tende a ajudar, ou a não atrapalhar".

O dólar fechou a quinta-feira cotado a 1,9584 real na venda, com queda de 0,31 por cento, com os mercados buscando testar o que poderia ser um novo piso da banda informal. Até agora, esse limite está sendo a 1,95 real.

A inflação ainda pressionada acendeu a luz amarela no governo e o câmbio surge como um instrumento para controlar os preços, uma vez que reduz os custos dos produtos importados e alinha expectativas inflacionárias.

A fonte argumentou que o cenário econômico para este ano aponta para um câmbio mais estável, diferentemente do visto no ano passado, quando o dólar chegou a ter valorização de 20 por cento ante o real.


"O repasse (de preços) é menor quando o movimento (do câmbio) ocorre pouco a pouco", afirmou a fonte, reforçando que não existe um piso ou teto para o câmbio determinado pelo governo.

Na última sexta-feira, o dólar iniciou o dia em queda de 1 por cento, na casa de 1,95 real, com o mercado reagindo às declarações na véspera do ministro da Fazenda, Guido Mantega, à Reuters de que o governo não deixaria o dólar chegar a 1,85 real.

A fala de Mantega foi interpretada pelo mercado como uma senha de que a moeda norte-americana poderia cair ainda mais. O Banco Central entrou no mercado e puxou para cima a cotação, fazendo o dólar chegar ao patamar de 1,97 real naquele dia.

De lá para cá, o mercado voltou a testar patamares menores para o dólar, mas com movimentos mais suaves e que têm sido aceitos pela autoridade monetária.

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