Goldman Sachs: projeção é de que dólar caia para R$ 5,35 em 3 meses e para R$ 5,20 em 12 meses (Divulgação/Divulgação)
Repórter
Publicado em 20 de agosto de 2024 às 11h29.
Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 12h15.
O dólar chegou a cair quase 6% frente ao real desde que atingiu R$ 5,73 no início de agosto. Esse movimento foi acompanhado pela desvalorização da moeda americana no cenário internacional. No Brasil, porém, a queda foi mais acentuada. No mesmo período, o índice Dólar (DXY) recuou 2,33%. O real também se valorizou mais em relação a seus pares, como o peso mexicano e o rand sul-africano. Para os economistas do Goldman Sachs, essa maior apreciação do real está ligada aos recentes movimentos do Banco Central.
"O real é uma das moedas emergentes com melhor desempenho no acumulado do mês. Embora essa forte recuperação reflita a melhoria do sentimento de risco global ao longo da última semana, acreditamos que os fatores internos desempenharam um papel igualmente importante. O Banco Central intensificou sua retórica agressiva: a ata da última reunião do COPOM sinalizou uma disposição em aumentar as taxas de juros, se necessário, e os comentários oficiais desde então têm apoiado essa posição", afirma o Goldman Sachs em relatório.
Embora o Goldman Sachs tenha mantido sua projeção de juros inalterados no Brasil, o banco avalia que a sinalização "tem implicações importantes para a moeda e a protege do agravamento da inflação ou de notícias fiscais".
A projeção do Goldman Sachs é que o dólar, atualmente cotado em torno de R$ 5,45, caia para R$ 5,35 em 3 meses, para R$ 5,30 em 6 meses e para R$ 5,20 em 12 meses. No entanto, essa projeção é mais pessimista do que a anterior, que indicava R$ 5,10, R$ 5,00 e R$ 4,90 em 3, 6 e 12 meses, respectivamente.
De acordo com o modelo utilizado pelo banco, o real deveria estar mais fraco devido ao maior prêmio de risco doméstico representado pelo CDS. Contudo, cerca de 6% da desvalorização do real desde abril não teria explicação pelo modelo, segundo os economistas.
"Portanto, embora ainda haja espaço para a valorização do real, ganhos adicionais exigirão desenvolvimentos construtivos adicionais na frente fiscal ou um dólar mais fraco, ambos os quais parecem ser desafios mais difíceis a partir daqui", conclui o Goldman Sachs.