Radar: mercado acompanha indicadores da China na semana, como o PIB do quarto trimestre de 2024 (Thomas Peter/Reuters)
Repórter de finanças
Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 08h06.
A segunda-feira, 13, dá início a uma semana marcada por uma série de indicadores econômicos locais e americanos que podem dar mais pistas sobre o rumo da política monetária por aqui e nos Estados Unidos. Após o payroll de dezembro vir muito mais forte do que o esperado na última sexta-feira, 10, as apostas para a manutenção dos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) viraram quase um consenso.
Hoje, investidores repercutem a balança comercial da China e o Boletim Focus, enquanto aguardam a balança comercial do Brasil. O dia promete ser de viés negativo para as bolsas, após os treasuries saltarem significativamente ao refletir o mercado de trabalho mais forte nos EUA.
A balança comercial chinesa em dezembro, divulgada no início da madrugada, veio mais forte do que o esperado. As exportações tiveram alta anualizada de 10,7% em dezembro e superaram a previsão de 7,4%, enquanto as importações cresceram 1% e contrariaram a estimativa de queda de 1,2%. Com isso, a China registrou superávit comercial de US$ 104,84 bilhões em dezembro, acima do esperado (US$ 99,75 bilhões).
O mercado também reage ao comunicado do Banco do Povo da China (PBoC) e do regulador cambial chinês, que reafirmaram o compromisso de proteger o yuan, diante da pressão causada pelas expectativas de novas tarifas comerciais impostas pelos EUA.
Durante uma reunião recente, representantes do banco central e da Administração Estatal de Câmbio destacaram a intenção de manter a taxa de câmbio do yuan em um patamar "razoável e equilibrado". No comunicado, ambos os órgãos reforçaram sua determinação em sancionar qualquer prática que comprometa a estabilidade do mercado.
Agora, o foco se desloca para o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, produção industrial e vendas no varejo em dezembro, que têm previsão de divulgação na noite de quinta-feira, 16. A expectativa é que os indicadores já reflitam os estímulos econômicos lançados nos últimos meses pelo governo de Pequim.
Por aqui, o destaque será a divulgação do Boletim Focus, pelo Banco Central (BC), às 8h30. Já na quarta-feira, 15, o mercado conhece o volume de serviços, enquanto na quinta-feira, 16, será a vez do resultado de novembro do Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br).
Devido à greve dos servidores, a divulgação das contas do Governo Central em novembro está atrasada, mas foi prometida para quarta-feira, 15. A Fazenda publica na quinta-feira, 16, o Prisma Fiscal, sobre as variáveis econômicas e fiscais em 2025/2026.
De olho na agenda de executivos, Diogo Guillen, diretor de política econômica do BC, participa de live da Bradesco Asset às 10h. Às 11h, o presidente Luiz Inácio Lula da SIlva tem reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e líderes do governo no Congresso.
Mas o ponto alto da semana é a inflação nos EUA. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de dezembro na quarta-feira, 15. O indicador será um teste decisivo para a decisão do Fed na primeira reunião de 2025, no dia 29 de janeiro.
Antes, na terça-feira, 14, sai nos EUA a Inflação ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que prepara o espírito para o CPI. Também na quarta-feira, 15, será divulgado o Livro Bege do Fed. Já na quinta-feira, 16, saem as vendas no varejo e, na sexta-feira, 17, a produção industrial de dezembro.
Ainda na agenda americana, os grandes bancos abrem a temporada dos balanços trimestrais e medem a força da economia. Seis gigantes do setor financeiro revelam seus resultados na semana:
Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE), divulga na quinta-feira, 16, a ata da última decisão de política monetária. Na sexta-feira, 17, sai a leitura final do CPI de dezembro.