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FIDCs perdem R$2,85 bi com intervenção no Cruzeiro do Sul

Em igual período de 2011, o segmento havia tido captação positiva de 1,1 bilhão de reais

Banco Cruzeiro do Sul: o movimento acompanhou a queda de novas emissões desses títulos por empresas (Reuters/Ricardo Moraes)

Banco Cruzeiro do Sul: o movimento acompanhou a queda de novas emissões desses títulos por empresas (Reuters/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2012 às 16h21.

São Paulo - O volume investido em fundos de direitos creditórios recuou 2,85 bilhões de reais no primeiro semestre, segundo números da Anbima divulgados nesta quinta-feira. Foi o primeiro resultado negativo para o período desde pelo menos 2006. Em igual período de 2011, o segmento havia tido captação positiva de 1,1 bilhão de reais.

O movimento acompanhou a queda de novas emissões desses títulos por empresas. Segundo dados da própria Anbima, companhias brasileiras levantaram 2 bilhões de reais com esses instrumentos entre janeiro e junho. No mesmo período do ano passado, as emissões haviam somado 6,6 bilhões de reais.

O resultado do semestre veio em meio à intervenção decretada pelo Banco Central no Banco Cruzeiro do Sul, no começo de junho, após detectar o descumprimento de normas do sistema financeiro e da "insubsistência em itens do ativo." Segundo informações veiculadas na mídia recentemente, O BC encerrou um processo administrativo no qual concluiu que o Banco Cruzeiro do Sul utilizava Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que tinham como lastro créditos consignados originados pelo próprio banco, para melhorar o balanço da instituição.

A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, tem afirmado que o órgão regulador prepara mudanças na legislação dos FIDCs.


O vice-presidente da Anbima, Robert Van Dijk, procurou minimizar a queda no mercado de FIDCs. "A queda foi pontual", disse ele a jornalistas nesta quinta-feira. Ele acrescentou que a entidade está aguardando a movimentação da CVM para aperfeiçoar a regulamentação do setor.

Semestre - A indústria brasileira de fundos de investimento registrou captação líquida positiva de 74,4 bilhões de reais nos primeiros seis meses de 2012, recorde da série histórica.

Com isso, o patrimônio liquido (PL) do segmento fechou a primeira metade do ano em 2,059 trilhões de reais, um crescimento de 9,1 por cento ante o final de 2011.

Considerados apenas os números de junho, o segmento registrou depósitos líquidos de 2,9 bilhões de reais, fazendo o PL avançar 0,1 por cento ante maio.

De janeiro a junho, a categoria Renda Fixa Índices teve a maior rentabilidade acumulada, de 10,43 por cento, enquanto os de ações tiveram os desempenhos mais fracos. Com a alta de 1,81 por cento em junho, os fundos Ibovespa Ativo inverteram o sinal e acumularam expansão de 1,75 por cento no ano.

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