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Europa fecha sem direção comum após fala de Bernanke

Por Álvaro Campos Londres - As Bolsas europeias fecharam em direções divergentes. Inicialmente, os mercados foram impulsionados pelos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central) dos EUA, Ben Bernanke, de que a instituição está preparada para fornecer um suporte adicional para a frágil economia do país. Depois, no entanto, os investidores decidiram realizar […]

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2010 às 11h23.

Por Álvaro Campos

Londres - As Bolsas europeias fecharam em direções divergentes. Inicialmente, os mercados foram impulsionados pelos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central) dos EUA, Ben Bernanke, de que a instituição está preparada para fornecer um suporte adicional para a frágil economia do país. Depois, no entanto, os investidores decidiram realizar lucro antes do fim de semana. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve leve avanço de 0,15 ponto (0,06%), a 265,83 pontos, encerrando a semana com alta de 1,36%.

Apesar dos ganhos registrados logo após a fala de Bernanke, os mercados reduziram as altas quando os investidores perceberam as dificuldades ressaltadas pelo presidente do Fed em determinar o ritmo, tamanho e custos de um novo programa de compra de ativos. "Essa cautela parece ter desencadeado uma rodada de realização de lucro, com os mercados se preparando para o fim de semana", disse Michael Hewson, analista da CMC Markets.

Para Justin Urquhart Stewart, cofundador da Seven Investment Management, os mercados ainda parecem relativamente positivos, mas existe um receio relacionado ao fato de as ações, os bônus e as commodities estarem se movendo na mesma direção. "Algo terá de ceder. Parece aquela situação de comprar no rumor e vender no fato. O rumor são as medidas de afrouxamento quantitativo. O fato é que algo vai ceder quando isso acontecer", acrescentou, afirmando que os investidores devem começar a realizar lucros quando eventualmente o Fed divulgar um anúncio oficial.

A zona do euro teve um déficit de 4,3 bilhões de euros (US$ 6,0 bilhões) na balança comercial em agosto, depois do superávit revisado de 6,2 bilhões de euros em julho. O déficit surpreendeu o mercado, que esperava que as importações se igualassem às exportações. Já a inflação anual da região subiu para o nível mais alto em 22 meses em setembro, segundo a agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos 16 países que usam o euro subiu 1,8% no mês passado, em comparação com o avanço de 1,6% em agosto.

O índice FT-100, da Bolsa de Londres, fechou em queda de 23,84 pontos (0,42%), em 5.703,37 pontos. Na semana, o índice avançou 0,81%. Hoje o setor de mineração, em geral, recuou após os ganhos obtidos ontem (BHP Billiton -0,70%, Xstrata -2,27%, Antofagasta -0,46%). A Cairn Energy perdeu 2,59% e a BP teve desvalorização de 0,99%.

Entre os bancos, o HSBC teve queda de 1,36% e o Lloyds caiu 0,41%, mas o Royal Bank of Scotland avançou 2,43% e o Barclays subiu 1,80%. Segundo a Reuters, o Barclays está desenvolvendo um novo instrumento que permitiria que o banco cumprisse regras severas de capital sem precisar emitir mais ações. De acordo com as informações, os detentores desse bônus sofreriam automaticamente um corte de 30% no valor dos seus títulos se o capital Tier 1 do banco caísse abaixo de um determinado nível. Já o grupo Old Mutual perdeu 4,75% depois que o HSBC encerrou as conversas para comprar sua participação no sul-africano Nedbank.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice Xetra-DAX fechou em alta de 37,03 pontos (0,57%), em 6.492,30 pontos, mas abaixo das máximas da sessão, devido a "uma situação excessivamente vendida antes do fim de semana", segundo traders. O ganho do índice na semana foi de 3,19%. Os papéis do Deutsche Bank hoje perderam 1,23% e os do Commerzbank tiveram retração de 0,31%. A Infineon, do setor de tecnologia, ganhou 3,38%, com o setor influenciado pelo balanço positivo da norte-americana AMD, divulgado na noite de ontem. A Volkswagen ganhou 1,16%, após divulgar um avanço anual de 7,9% nas vendas em setembro. A Deutsche Boerse subiu 2,07%, depois de ter sua recomendação elevada pelo Commerzbank.

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, fechou em leve alta de 8,20 pontos (0,21%), em 3.827,37 pontos. No acumulado da semana, o índice subiu 1,71%. A Peugeot subiu 4,15% hoje, e a Renault avançou 1,71%. A Schneider Electric teve valorização de 2,22%. A rede de hotéis Accor ganhou 3,52%. No campo negativo, a ArcelorMittal caiu 1,19%. O Carrefour perdeu 4,06%. A segunda maior varejista do mundo disse que suas despesas com encargos nas operações no Brasil podem atingir até € 180 milhões (US$ 253,2 milhões) este ano, de uma estimativa anterior de € 90 milhões.

Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou em alta de 18,50 pontos (0,17%), em 10.868,20 pontos. O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, recuou 32,68 pontos (0,15%) e fechou em 21.062,18 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 fechou com ganho de 56,39 pontos (0,73%), a 7.811,43 pontos. As informações são da Dow Jones.

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