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EUA fecham acordo para “novo plano Marshall” e bolsas sobem

Pacote deve ter 500 bilhões de dólares para indústrias impactadas e incluir também auxílio a famílias e pequenos negócios

Steven Mnunchin: secretário do Tesouro americano e outros membros do governo Trump chegaram a acordo com democratas no Senado (Al Drago/Reuters)

Steven Mnunchin: secretário do Tesouro americano e outros membros do governo Trump chegaram a acordo com democratas no Senado (Al Drago/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de março de 2020 às 06h48.

Última atualização em 25 de março de 2020 às 07h06.

Após dias de idas e vindas, o pacote de 2 trilhões de dólares em estímulos dos Estados Unidos pode estar a horas de sair do papel. Os senadores democratas, de oposição, e o governo do presidente Donald Trump chegaram a um acordo sobre o texto na madrugada desta quarta-feira, 25, e a votação deve acontecer ainda hoje.

“Este é um nível de investimento de ‘tempos de guerra’ na nossa nação”, disse o líder republicano no Senado, Mitch McConell, ao anunciar o acordo.

O líder democrata Chuck Schumer chamou o pacote de “plano Marshall” dos hospitais, fazendo referência ao programa de apoio americano aos países europeus destruídos depois da Segunda Guerra Mundial. Schumer diz que o plano trará 100 milhões de dólares para ajuda aos hospitais.

O texto em si ainda não foi divulgado, mas, pelos discursos dos políticos envolvidos na negociação, ambas as partes parecem ter saído satisfeitas. No começo da semana, senadores democratas barraram o plano por afirmar que apenas resgatava grandes empresas e não fornecia ajuda suficiente ao sistema de saúde.

As boas perspectivas na maior economia do mundo levaram os mercados asiáticos a fecharem em alta no pregão desta quarta-feira. Os índices chineses de Shenzhen e Xangai subiram 3,22% e 2,17%, enquanto Hong Kong teve alta de 3,81%.

O principal índice da Austrália subiu 6% e o japonês Nikkei fechou em alta de 8% (mesmo após já ter subido 7% na terça-feira, 24, o que já havia sido o maior crescimento em um mesmo dia desde a crise de 2008). Já o índice europeu Stoxx 600 subia na casa dos 4,5% às 6h40, em suas primeiras horas de pregão.

Do que se sabe até agora, o pacote americano deve ter 500 milhões de dólares em financiamento para indústrias altamente impactadas pelo coronavírus e pagamentos diretos de até 3.000 dólares para famílias americanas de baixa renda. Também deve haver crédito barato para pequenos negócios e plano de auxílio a trabalhadores desempregados. Os termos serão confirmados no restante do dia.

A pandemia já matou mais de 600 pessoas nos Estados Unidos. O país tem mais de 55.000 casos confirmados. Cerca de um terço da população está em isolamento social obrigatório imposto pelos estados, levando milhares de negócios a fechar as portas.

Na terça-feira, as bolsas no Ocidente já haviam fechado em alta no fim do dia, também impactadas por um outro pacote de estímulo americano, desta vez do Fed, banco central dos EUA. O S&P 500 subiu 9,38% e o índice Dow Jones subiu 11,37%. No Brasil, o Ibovespa acompanhou as bolsas no exterior e teve alta de 9,7%, voltando a se aproximar dos 70.000 pontos. O patamar tem tudo para ser atingido hoje.

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