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Dólar tem a maior alta ante o real em quase seis meses

O avanço do dólar ante outras divisas no exterior também contribuiu para o forte desempenho da moeda no âmbito doméstico


	Dólar: no fim do dia, o dólar fechou cotado a R$ 2,2730 (+1,47%) no balcão
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Dólar: no fim do dia, o dólar fechou cotado a R$ 2,2730 (+1,47%) no balcão (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 17h17.

São Paulo - O dólar fechou a primeira sessão de junho com a maior cotação ante o real em dois meses, ajudado pelas especulações sobre o programa de leilões de swaps cambiais do Banco Central e pela cautela antes de uma agenda pesada de indicadores nesta semana.

O avanço do dólar ante outras divisas no exterior também contribuiu para o forte desempenho da moeda no âmbito doméstico.

No fim do dia, o dólar fechou cotado a R$ 2,2730 (+1,47%) no balcão, marcando o maior patamar desde 3 de abril e com a alta porcentual mais expressiva desde 11 de dezembro de 2013.

O giro financeiro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa totalizava US$ 1,12 bilhão, sendo US$ 1,04 bilhão em D+2. No mercado futuro, o dólar para julho subia 1,42%, a R$ 2,2900.

O Banco Central iniciou hoje a rolagem dos swaps cambiais que vencem em julho, ofertando apenas 5 mil contratos.

Caso mantenha esse ritmo até o fim deste mês, a instituição voltará a retirar recursos do mercado, desta vez, inclusive, em volume um pouco superior ao que já foi enxugado em maio, de cerca de US$ 4,5 bilhões.

As expectativas em torno da rolagem parcial e de possíveis mudanças no programa de leilões diários de swap a partir de 1º de julho deram força ao dólar já no início da sessão.

O BC vendeu os 4 mil contratos de swap cambial ofertados, distribuídos em dois vencimentos. A venda total somou US$ 198,4 milhões.

Na operação de rolagem, a instituição vendeu 5 mil contratos de swap cambial que vencem em 1º de julho de 2014, totalizando US$ 247,5 milhões. Os swaps com vencimentos de julho deste ano somam US$ 10,06 bilhões no total.

A alta do dólar no exterior também ajudou a impulsionar os ganhos da moeda no Brasil. As divisas de países emergentes recuaram pressionadas por fatores locais.

Na Indonésia, a rupia atingiu o menor nível em três meses ante a moeda americana após o país reportar um déficit comercial - o que contagiou outras moedas emergentes da Ásia e provou perdas generalizadas.

O dólar australiano, por sua vez, foi prejudicado por dados que apontaram que as permissões para novas obras na Austrália caíram mais que o esperado. Os investidores também realizam lucros após os fortes ganhos das moedas emergentes em maio.

Já o euro foi penalizado pelas expectativas dos investidores de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá anunciar novas medidas de estímulo monetário na reunião desta semana.

O dólar foi beneficiado ainda pela cautela dos investidores antes do anúncio de indicadores e eventos importantes nesta semana, entre eles a produção industrial, a ata do Copom e o IPCA.

No exterior,serão anunciados o Livro Bege do Federal Reserve e o relatório do mercado de trabalho nos EUA, além da decisão da reunião do BCE.

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