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Dólar sobe e volta ao patamar de R$ 3,17

O movimento vem em meio à nova polêmica entre Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Dólar: o dólar futuro subia cerca de 0,85 por cento no final da tarde (iStock/Getty Images)

Dólar: o dólar futuro subia cerca de 0,85 por cento no final da tarde (iStock/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 16 de outubro de 2017 às 18h21.

São Paulo - O dólar fechou em alta frente ao real nesta segunda-feira, interrompendo três sessões seguidas de perdas, com a cena política interna voltando ao centro das atenções dos mercados na semana em que os deputados iniciam debates e votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados.

O dólar avançou 0,75 por cento, a 3,1727 reais na venda, depois de chegar a 3,1738 reais na máxima do dia. O dólar futuro subia cerca de 0,85 por cento no final da tarde.

"O noticiário político dos últimos dias não foi muito favorável para o governo", afirmou mais cedo a Guide Investimentos por meio de nota. "Tudo indica que, desta vez, Temer terá mais dificuldade, ou melhor, menos votos favoráveis a ele, para enterrar a denúncia", acrescentou.

O movimento vem em meio à nova polêmica entre Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após a divulgação de vídeos da delação do empresário Lúcio Funaro com acusações contra Temer também pelo site da Casa.

De modo geral, o mercado acredita que a denúncia contra Temer será novamente barrada pelos deputados, mas sabe que o preço político a ser pago pelo presidente deve ser alto. O temor é que importantes pautas econômicas no Congresso, em especial a reforma da Previdência, sejam afetadas.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados inicia no dia seguinte a discussão do parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que recomenda a rejeição da denúncia contra Temer e dois de seus ministros, mas a votação do relatório só deve ocorrer na quinta-feira.

"Eu acredito que o mercado começou a ficar desconfortável com a situação do Temer", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, acrescentando ainda que os investidores continuaram também de olho no cenário externo, sobretudo sobre os próximos passos do Federal Reserve, banco central norte-americano, na sua política monetária.

Na véspera, a chair do Fed, Janet Yellen, afirmou que a economia dos Estados Unidos continuava forte e a força do mercado de trabalho pede por contínuos aumentos graduais nas taxas de juros, apesar da inflação moderada.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e frente ao euro, num movimento de realização de lucros, embora os mercados estivessem receosos em desvalorizar mais a moeda única antes da reunião da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na próxima semana.

O dólar também subia frente a algumas moedas de países emergentes, como o peso mexicano.

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