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Dólar sobe e volta a R$3,90 com Turquia e cena eleitoral local

O dólar avançou 0,87 por cento, a 3,9007 reais na venda, maior nível desde os 3,9344 reais de 5 de julho passado

Dólar: na máxima, a moeda foi a 3,9282 reais (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Dólar: na máxima, a moeda foi a 3,9282 reais (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 17h04.

Última atualização em 15 de agosto de 2018 às 17h08.

São Paulo - O dólar terminou em alta e na casa de 3,90 reais nesta quarta-feira, com os investidores reagindo ao cenário externo, ainda afetado pela situação da Turquia, e à cena eleitoral brasileira após nova pesquisa eleitoral. O dólar avançou 0,87 por cento, a 3,9007 reais na venda, maior nível desde os 3,9344 reais de 5 de julho passado. Na máxima, a moeda foi a 3,9282 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,85 por cento.

"O recuo da véspera veio de trégua externa. Hoje, com a retaliação dos turcos, as preocupações voltaram", afirmou o diretor da consultoria financeira Via Brasil Serviços, Durval Correa.

A Turquia dobrou as tarifas sobre algumas importações norte-americanas, incluindo álcool, carros e tabaco, nesta quarta-feira, em retaliação aos movimentos dos Estados Unidos. A Casa Branca condenou a duplicação das tarifas à tarde.

Mas a lira se recuperava frente ao dólar depois que as medidas de liquidez do banco central turco tiveram o efeito de sustentar a moeda.

Ancara agiu em meio ao aumento da tensão entre os dois países sobre a detenção de um pastor norte-americano e outras questões diplomáticas na Turquia, que ajudaram a levar a lira turca a uma queda recorde em relação ao dólar nos últimos dias.

O movimento de recuperação da lira nesta quarta-feira era isolado, já que as preocupações com a Turquia fizeram as demais moedas de países emergentes caírem ante o dólar.

Internamente, pesquisa de intenção de votos para a Presidência da República divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas também contribuiu para o mau humor dos investidores.

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, lidera as intenções de voto para as eleições de outubro com 23,9 por cento de preferência no cenário o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Marina Silva (Rede) é a segunda colocada, com 13,2 por cento de apoio, em empate técnico com Ciro Gomes (PDT), que registra 10,2 por cento de apoio. Geraldo Alckmin (PSDB) vem a seguir, com 8,5 por cento, à frente de Alvaro Dias (Podemos), com 4,9 por cento, e de Fernando Haddad (PT), com 3,8 por cento.

"A pesquisa trouxe aversão ao risco. Mostrou que Alckmin está parado, o que é um mau sinal para o mercado", afirmou Correa.

O tucano é preferido pelo mercado, que o considera um candidato mais voltado às reformas econômicas.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 2,64 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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