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Dólar sobe e vai a R$3,67 com expectativa sobre juro no Brasil e nos EUA

O dólar avançou 0,48 por cento, a 3,6784 reais na venda, renovando o maior nível desde 7 de abril de 2016, a 3,6937 reais

Dólar: na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,6964 reais (Tsokur/Thinkstock)

Dólar: na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,6964 reais (Tsokur/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 16 de maio de 2018 às 17h14.

Última atualização em 16 de maio de 2018 às 17h23.

São Paulo - O dólar seguiu avançando nesta quarta-feira e galgou mais um patamar, de 3,67 reais, influenciado pela possibilidade de mais altas de juros nos Estados Unidos neste ano e também pelo provável corte da taxa Selic logo mais pelo Banco Central, o que reduzirá ainda mais o diferencial de juros do Brasil com o exterior.

O dólar avançou 0,48 por cento, a 3,6784 reais na venda, renovando o maior nível desde 7 de abril de 2016, a 3,6937 reais. Nestes quatro pregões, ficou 3,71 por cento mais caro.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,6964 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,60 por cento.

Internamente, o chamado diferencial de juros influenciava os mercados, diante da expectativa de que o Banco Central brasileiro vai reduzir a Selic na próxima semana para nova mínima histórica, a 6,25 por cento ao ano nesta quarta-feira.

Na cena externa, os mercados temem o impacto de uma maior elevação dos juros pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, pois a taxa influencia investidores que tendem a migrar para a maior economia do mundo atrás de rendimentos com baixíssimo risco.

"O carry trade está perdendo a atratividade, ainda mais com o corte que o BC deve promover hoje", comentou o economista da Infinity Asset, Jason Vieira.

Levantamento da Infinity mostra que outras praças também podem interessar ao investidor, entre elas de países emergentes. Ao cortar a Selic para 6,25 por cento, o juro real no Brasil vai a 2,33 por cento, ocupando a sétima colocação no ranking mundial dos maiores pagadores de juros reais.

O Brasil aparece atrás de Indonésia (2,92 por cento), Índia (2,94 por cento), México (3,58 por cento), Rússia (4,44 por cento) e Turquia (8,38 por cento%). Na liderança, está a Argentina, pagando juro real de 14,29 por cento.

Em meio à expectativa com o desfecho do Copom, o movimento do dólar ante o real não acompanhou a trajetória da moeda norte-americana no exterior, onde perdeu força à tarde e passou a recuar ante outras divisas de países emergentes.

A moeda, no entanto, seguiu em alta e tocou a máxima em cinco meses ante a cesta de moedas diante da perspectiva de que os juros nos EUA podem subir mais vezes do que o inicialmente previsto.

"A intenção do banco central norte-americano em continuar com seu gradualismo na condução da política monetária ainda gera muitas dúvidas... consenso mesmo é que o Fed deve anunciar seu segundo aumento do juro em junho", afirmou a Advanced Corretora em relatório.

Na véspera, os dados de vendas do varejo norte-americano elevaram as apostas para três novas altas de juros neste ano, somando-se à que foi feita em março pelo Federal Reserve. Mas, nesta quarta-feira, os dados da produção industrial de abril, embora tenham vindo mais fortes do que as projeções, trouxe revisões em baixa dos números de meses passados.

A alta do rendimento do Treasury dos Estados Unidos de 10 anos para acima do nível de 3 por cento ajudava a pressionar o câmbio.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão a oferta integral de até 5 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Com isso, já colocou o equivalente a 750 milhões de dólares adicionais no mercado.

A autoridade também vendeu a oferta integral de até 4.225 contratos de swap para rolagem do vencimento de junho. Dessa forma, já rolou 3,96 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões dedólares que vencem mês que vem.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

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