Mercados

Dólar sobe e termina no maior nível desde abril de 2005

Nem mesmo leilão de linha realizado pelo Banco Central e saldo positivo na balança comercial no começo de dezembro foram suficientes para deter avanço da divisa


	Dólar: moeda à vista no balcão terminou a sessão cotada a R$ 2,6110, uma alta de 0,58%
 (Arquivo/Agência Brasil)

Dólar: moeda à vista no balcão terminou a sessão cotada a R$ 2,6110, uma alta de 0,58% (Arquivo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 15h58.

São Paulo - Após uma sessão volátil, o dólar terminou em alta nesta segunda-feira, 8, acompanhando a tendência de valorização da moeda no exterior, após uma série de dados negativos na Ásia e na Europa, que prejudicam o apetite por risco.

Nem mesmo um leilão de linha realizado pelo Banco Central e o saldo positivo na balança comercial no começo de dezembro foram suficientes para deter o avanço da divisa norte-americana, que terminou no maior nível desde 15 de abril de 2005.

O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 2,6110, uma alta de 0,58%.

Ao longo do pregão, oscilou entre a mínima de R$ 2,5890 (-0,27%) e a máxima de R$ 2,6170 (+0,81%).

O giro, no entanto, foi bastante contido. Por volta das 16h30, o volume era de US$ 620,18 milhões, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa.

No mercado futuro, o dólar para janeiro avançava 0,94%, a R$ 2,6285. O giro estava em US$ 10,50 bilhões.

A divisa norte-americana também tinha alta ante outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o peso mexicano (+0,67%), o dólar neozelandês (+0,78%) e a lira turca (+0,53%).

Os indicadores internacionais divulgados hoje reforçam um sentimento de aversão ao risco. O PIB do Japão no terceiro trimestre foi revisado para queda anual de 1,9%, ante leitura inicial de -1,6%.

Na Alemanha, a produção industrial cresceu 0,2% em outubro ante setembro, quando a expectativa era de alta de 0,3%.

E na China o saldo comercial saltou para US$ 54,47 bilhões no mês passado, resultado de uma queda de 6,7% nas importações, o que sugere fragilidade do gigante asiático.

O avanço do dólar ante o real ocorreu mesmo após o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo (MDIC) informar que a balança comercial brasileira teve superávit na primeira semana de dezembro, após quatro semanas seguidas de saldo negativo. O ganhos nas transações internacionais foi de US$ 398 milhões, mas a balança ainda acumula déficit de US$ 3,825 bilhões neste ano. Já o BC revelou à tarde que a taxa de corte no leilão de linha de até US$ 1 bilhão foi de R$ 2,673874. Os volumes só serão divulgados na próxima semana, nos dados semanais do fluxo cambial.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Nasdaq cai 2,4% puxado por Intel e Amazon e aprofunda correção

Ibovespa cai 1,2% com pessimismo nos EUA e volta aos 125 mil pontos

Payroll, repercussão de balanços das big techs e produção industrial no Brasil: o que move o mercado

Mercado amanhece tenso e ações no Japão têm pior dia desde 2016

Mais na Exame