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Dólar sobe com correção e à espera de Datafolha

Às 12:03, o dólar avançava 0,98 por cento, a 3,7472 reais na venda, depois de terminar a véspera em queda de 1,47 por cento, a 3,7107 reais

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral (Gary Cameron/Reuters)

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 09h17.

Última atualização em 10 de outubro de 2018 às 12h37.

São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta quarta-feira, em um movimento de correção após as quedas recentes alimentado pela inquietação com declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre a Previdência e à espera da pesquisa Datafolha de intenção de votos para o segundo turno da eleição.

Às 12:03, o dólar avançava 0,98 por cento, a 3,7472 reais na venda, depois de terminar a véspera em queda de 1,47 por cento, a 3,7107 reais, acumulando em outubro baixa de 8,09 por cento. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1 por cento.

Na véspera, Bolsonaro falou a jornalistas sobre a reforma da Previdência, afirmando que a atual proposta do presidente Michel Temer dificilmente será aprovada.

"Eu, chegando lá, vou procurar o governo para aprovar uma reforma da Previdência que tenha aceitação do Parlamento e a população entenda como sendo justa e necessária", disse Bolsonaro, aventando a possibilidade de aumentar o tempo de serviço do serviço público.

Na avaliação do mercado, as declarações do candidato do PSL vão na contramão da visão de seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes. A preferência do mercado por Bolsonaro é justamente apoiada em Guedes, com a expectativa de que eles imponham uma agenda de reformas, corte de gastos e ajuste fiscal.

"Desta forma, ele se coloca numa posição de antagonismo à de seu assessor econômico, que é mais agressivo (no que se refere à reforma da Previdência)", explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

O deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para assumir o Ministério da Casa Civil em um futuro governo Bolsonaro, já havia dito que, se eleito, Bolsonaro tratará da Previdência a partir de 1º de janeiro de 2019.

Desta forma, também pesava nos negócios a notícia da Folha de S.Paulo de que Guedes está sendo investigado pelo Ministério Público Federal em Brasília por suspeita de associar-se a executivos ligados a PT e MDB para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais.

"Tudo ainda é muito incipiente. Se o mercado estivesse mais estressado, o dólar estaria muito mais pressionado", completou Gomes da Silva, para quem "o viés segue sendo de baixa para o dólar porque o mercado ainda crê na vitória de Bolsonaro no segundo turno".

Bolsonaro não vai participar do debate nesta semana contra Fernando Haddad. A junta médica que o atende após uma facada durante campanha em primeiro turno não o liberou para atividades de campanha eleitoral. Ele será reavaliado novamente na próxima quinta-feira e deve ser liberado, segundo a junta médica.

Sob a influência do noticiário eleitoral, o mercado aguarda ainda a divulgação, às 19h, de pesquisa Datafolha, a primeira após o primeiro turno da eleição presidencial.

No exterior, o dólar também subia ante as divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano. Ante a cesta de moedas, o dólar caía.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 3,080 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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