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Dólar segue exterior, cai e volta abaixo de R$3,55

Moeda recuou 1,35 por cento, a 3,5467 reais, depois de acumular alta de 2,62 por cento no mês até a véspera, quando encostou no patamar de 3,60 reais

Dólar: entre fevereiro e abril, a moeda norte-americana já havia saltado 10 por cento (Divulgação/Thinkstock)

Dólar: entre fevereiro e abril, a moeda norte-americana já havia saltado 10 por cento (Divulgação/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 10 de maio de 2018 às 17h07.

Última atualização em 10 de maio de 2018 às 17h08.

São Paulo - Após três altas consecutivas, o dólar deu uma trégua e fechou abaixo do patamar de 3,55 reais nesta quinta-feira, favorecido pelo recuo global da moeda norte-americana após dados mais fracos de inflação aliviarem a pressão sobre alta de juros adicionais nos Estados Unidos neste ano.

O dólar recuou 1,35 por cento, a 3,5467 reais na venda, depois de acumular alta de 2,62 por cento no mês até a véspera, quando encostou no patamar de 3,60 reais, o maior em dois anos.

Entre fevereiro e abril, a moeda norte-americana já havia saltado 10 por cento. O dólar futuro tinha queda de cerca de 1,35 por cento no final da tarde.

"Esse alívio é momentâneo. Há muitas incertezas ainda. Precisamos ver outros indicadores sobre a economia dos EUA e ainda há a questão eleitoral doméstica", disse o gestor de derivativos de uma corretora local, para quem 3,50 reais agora seria um piso para o mercado.

Neste pregão, os mercados respiraram um pouco mais aliviados depois da divulgação de que o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos aumentou menos do que o esperado em abril.

O dólar caía ante uma cesta de moedas e tinha forte perda ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

"Os rendimentos dos Treasuries estão caindo, a moeda recua no exterior e aqui aproveita para corrigir", afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.

O retorno dos títulos norte-americanos caía, com o papel de dez anos abaixo do nível de 3 por cento tocado recentemente em meio à percepção de que os juros poderiam subir mais intensamente nos Estados Unidos neste ano em meio ao cenário de inflação e atividade mais fortes.

Internamente, o chamado diferencial de juros também influenciava os mercados, diante da expectativa de que o Banco Central brasileiro vai reduzir a Selic na próxima semana para nova mínima histórica, a 6,25 por cento ao ano.

E, com temores de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar mais os juros nos Estados Unidos, os investidores tendem a migrar para a maior economia do mundo atrás de rendimentos com baixíssimo risco.

"Mesmo que o BC corte os juros por aqui, o mercado doméstico continua atrativo. Não tanto quanto antes, mas continua", afirmou Foresti, acrescentando que, diante do cenário eleitoral incerto, o dólar deve sofrer mais pressão de alta do que de baixa ante o real.

Apesar do nervosismo que tomou conta das moedas emergentes nos últimos dias, pesquisa Reuters com analistas constatou que, pelo menos para as seis principais divisas latino-americanas, uma parte da perda de valor recente deve ser recuperada nos próximos meses.

O dólar deve ser negociado a 3,40 reais em 12 meses, mostrou a pesquisa, sobre 3,35 reais esperados no levantamento de um mês atrás, enquanto o peso mexicano permaneceu em 18,5 por dólar.

O BC vendeu, pela sexta sessão, a oferta integral de até 8.900 contratos em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 2,670 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólares que vence em junho.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem e colocado o equivalente a 2,8 bilhões de dólares adicionais. (Edição de Patrícia Duarte)

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