A mínima recorde do dólar ante o iene é de 79,75, a mínima intradia atingida em 19 de abril de 1995 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2011 às 16h23.
São Paulo - O alívio dos investidores com o pacto de união fiscal envolvendo 26 países da União Europeia, com exceção do Reino Unido, combinado a um fluxo cambial favorável ao País, determinou hoje a queda do dólar ante o real.
No entanto, a moeda norte-americana sustentou-se acima de R$ 1,80, mostrando que persiste a cautela porque vários países da zona do euro ainda precisam submeter o acordo à votação pelos respectivos Parlamentos ou a referendo, como no caso da Irlanda.
Como foram acertadas punições aos países cujo déficit orçamentário ultrapassar 3% do PIB, além de medidas de combate à crise, é possível que haja resistências por parte de alguns membros do bloco, uma vez que esse tipo de sanção poderia afetar a soberania fiscal, disse o economista Maurício Nakaono, da CM Capital Markets. Desse modo, o espaço de queda foi limitado.
Em linha com o comportamento da moeda norte-americana no exterior, o dólar à vista fechou em baixa de 0,55%, cotado a R$ 1,8060 no balcão. Na semana, marcada por forte volatilidade em meio à espera do desfecho da cúpula europeia hoje, a divisa acumulou alta de 0,78%. No mês, porém, o desempenho do dólar é levemente negativo em 0,17%, mas no ano até o momento tem valorização de 8,53%. Na BM&F, o dólar à vista terminou com baixa de 0,46%, para R$ 1,8055.
A continuidade dos ingressos no mercado local das captações da Petrobras fechadas recentemente em euros e libra esterlina, em um total equivalente em dólares de cerca de US$ 3,6 bilhões, foi confirmada por novo recuo da taxa do cupom cambial. O juro do cupom de janeiro de 2012 desacelerou até +0,07% no final da manhã, quando houve a entrada mais expressiva de fluxo, e estava em +0,32% às 16h20, ante +0,49% no encerramento de ontem.
Na cúpula da União Europeia também ficou acertado que haverá a antecipação em um ano do fundo permanente de resgate (ESM) e um empréstimo bilateral para o FMI de 200 bilhões de euros, que deve vir por meio dos bancos centrais locais com a finalidade de estancar o contágio da crise.