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Dólar passa a subir após meta de déficit primário maior para 2018

A moeda cedia influenciada pelo relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano que esvaziou as apostas de mais altas de juros pelo Fed

Dólar: "Notícia é mais uma a mostrar a dificuldade do governo em avançar", resumiu um profissional de uma corretora (foto/Thinkstock)

Dólar: "Notícia é mais uma a mostrar a dificuldade do governo em avançar", resumiu um profissional de uma corretora (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 7 de abril de 2017 às 16h49.

Última atualização em 7 de abril de 2017 às 16h52.

São Paulo - O dólar anulou a queda e passou a subir ante o real nesta sexta-feira após o governo anunciar uma meta de déficit primário para 2018 pior do que a esperada o mercado.

Até então, a moeda cedia ante o real influenciada pelo relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano que esvaziou as apostas de mais altas de juros além das duas já precificadas pelo mercado para este ano.

Às 16:21, o dólar avançava 0,33 por cento, a 3,1562 reais na venda. Na mínima, pela manhã, atingiu 3,1173 reais. O dólar futuro tinha elevação de 0,21 por cento.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou que a meta de déficit primário do ano que vem será de 129 bilhões de reais para o governo central (governo federal, Banco Central e Previdência), bem mais do que os 79 bilhões de reais estimados inicialmente para o ano que vem.

"Notícia é mais uma a mostrar a dificuldade do governo em avançar", resumiu um profissional de uma corretora local lembrando dos percalços com a reforma da Previdência e a fraqueza da economia.

Antes da divulgação da nova meta, o dólar já havia perdido força de queda ante o real com declarações do presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, de que o banco central dos Estados Unidos pode evitar no futuro subir as taxas de juros ao mesmo tempo em que começa o processo de redução de seu portfólio de títulos, o que provocaria apenas uma pequena pausa nos planos de elevação das taxas.

A trajetória de baixa da moeda até então vinha sendo sustentada pelo relatório do mercado de trabalho norte-americano, que ficou aquém do esperado.

"O relatório do mercado de trabalho tirou força dos falcões que queriam três altas de juros neste ano, mas o mercado não está completamente entusiasmado por causa da cena geopolítica", disse mais cedo um gestor de uma corretora nacional.

Mais juros na maior economia do planeta tende a atrair recursos aplicados em outras praças, como a brasileira.

Os Estados Unidos criaram 98 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em março, bem menos do que os 180 mil postos projetados em pesquisa da Reuters. Trata-se do menor número de vagas em 10 meses.

Após a divulgação do dado, os juros futuros norte-americanos passaram a indicar menores chances de uma alta de juros em junho --mas ainda majoritárias--, como também em setembro.

O mercado também trabalhava atento ao noticiário geopolítico, depois que os EUA atacaram uma base aérea na Síria de onde autoridades norte-americanas afirmam que foi lançado um ataque com armas químicas nesta semana.

O ataque pode levar a um confronto com a Rússia, que já se posicionou contra, embora o presidente Donald Trump tenha recebido apoio de diversos dirigentes mundiais.

A cautela com a reforma da Previdência no Brasil seguiu como pano de fundo dos negócios.

"O mercado vai remoer a reforma até que o parecer do relator seja apresentado, depois da Páscoa. Sabe que o governo terá que fazer concessões, mas ainda está acreditando que a reforma passará, o que aliviava um pouco a pressão altista nos negócios hoje", explicou o diretor da consultoria de valores imobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

O relator Arthur Maia (PPS-BA) apresentará seu parecer no próximo dia 18 de abril.

O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão, por enquanto. Em maio, vencem 6,389 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.

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