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Dólar desacelera com expectativa de manutenção de veto, mas fecha em alta

Moeda americana chegou a superar 5,65 reais, após Senado derrubar veto presidencial que impede o reajuste salarial de servidores, mas Câmara pode mantê-lo

Dólar sobe 0,4% e encerra sendo vendido por 5,554 reais (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

Dólar sobe 0,4% e encerra sendo vendido por 5,554 reais (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de agosto de 2020 às 17h00.

Última atualização em 20 de agosto de 2020 às 17h44.

O dólar fechou em alta nesta quinta-feira, 20, após o Senado derrubar o veto presidencial que impedia o reajuste salarial de servidores. Pela manhã, a moeda americana chegou a subir mais de 2%, mas perdeu força, após o presidente da  Câmara, Rodrigo Maia, se mostrou favorável à manutenção do veto contra o reajuste, o que aliviou a pressão sobre o câmbio, mas não totalmente. O dólar subiu 0,4% e encerrou sendo vendido por 5,554 reais. Na máxima do dia, a moeda chegou a ser vendida por 5,66 reais. Com variação semelhante, o dólar turismo encerrou cotado a 5,86 reais.

Desde o início da semana, os temores sobre a condução fiscal no país têm ganhado força no mercado financeiro. E mesmo com recente declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre a manutenção de Paulo Gudes no governo, investidores desconfiam de sua permanência e, principalmente, do cumprimento do teto de gastos no próximo ano.

“Ontem, o Senado conseguiu derrubar o veto. Isso pegou muito mal. O fiscal, que já estava podre, ficou mais podre ainda”, afirma Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.

Em Brasília, o próprio Paulo Guedes demonstrou seu descontentamento com os Senadores, dizendo que esse foi “um péssimo sinal”, e pior, “um desastre”.

"A gente pode ver a Câmara dos Deputados derrubar a decisão do Senado, mas o mercado está trabalhando com a possibilidade de que isso não aconteça. Em um cenário desse, já estamos vislumbrando a possibilidade de ver um dólar acima de R$ 6,00, porque a situação fiscal do país se deteriora muito, na mesma medida de que a situação política também se deteriora, pois mostra que o Congresso não está alinhado com a agenda liberal do Ministério da Economia", disse Fernando Bergallo, presidente da FB Capital.

A ata sobre a última reunião de política monetário nos Estados Unidos também desagradou o mercado, fazendo o índice americano S&P 500 passar da máxima histórica para a queda. Nesta manhã, os mercados internacionais ainda sofrem os efeitos do documento, que foi considerado pessimista.

“A ata jogou mais preocupação com o ritmo de recuperação da atividade econômica nos EUA, o que já observados em dados de consumo”, afirma Arthur Mota, economista da Exame Reserach.

Confirmando a visão mais pessimista do Federal Reserve, os dados semanais de seguro desemprego nos EUA frustraram a expectativa do mercado, que esperava que o número se mantivesse abaixo do 1 milhão. Foram registrados 1.106 milhões de pedidos ante 971.000 na última semana.

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