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Dólar cai 1% e interrompe sequência de seis altas consecutivas

Expectativa de que China aumente a compra de produtos agrícolas do EUA favorece moedas emergentes

Dólar: moeda americana recua, mas caminha para fechar semana em alta (halduns/Getty Images)

Dólar: moeda americana recua, mas caminha para fechar semana em alta (halduns/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de junho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 19 de junho de 2020 às 18h39.

O dólar fechou em queda, nesta sexta-feira, 19, em linha com a desvalorização da moeda americana contra divisas emergentes. O movimento refletiu o maior otimismo dos investidores com a possibilidade de a China acelerar a compra de produtos agrícolas para cumprir as metas da “fase 1” do acordo comercial entre as duas potências.

Com isso, o dólar caiu 1% e fechou sendo vendido a 5,318 reais — interrompendo a sequência de seis altas consecutivas. O dólar turismo, com menor liquidez, caiu 1,4%, cotado a 5,60 reais.

Após a reunião entre representantes dos dois países, a China se comprometeu a acelerar a compra de produtos agrícolas americanos, como milho, soja e etanol, como parte da “fase 1” do acordo comercial entre as duas potências, segundo a agência Bloomberg. No Twitter, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou que a China se comprometeu a honrar o acordo.

“Notícia positiva para propensão a risco. Ajuda, pelo menos no curto prazo, a reduzir a possibilidade de um rompimento comercial entre os Estados Unidos e a China”, comentaram analistas da EXAME Research em relatório desta manhã.

Mas, além da menor chance de piora da relação entre os dois países, a possibilidade de a China aumentar a compra de produtos agrícolas também tende a favorecer moedas de países ligados a commodities, como o Brasil, segundo Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.

“Essa história de a China comprar mais commodities dos Estados Unidos acaba fazendo com que o preço delas subam, o que é positivo para emergentes ligados a commodities”, disse.

Embora a possibilidade de novos estímulos tenha animado o mercado, Ricardo Filho, da corretora de câmbio Correparti, recomenda cautela sobre o tema, tendo em vista que as negociações, que envolvem 27 governos europeus, é “pouco animadora.”

No cenário interno, as atenções se voltam para Brasília, com os investidores atentos aos desdobramentos do caso Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, preso suspeito de fazer "rachadinhas" no gabinete de Flávio, quando este ainda era deputado estadual. Para Pedro Molizani, trader da mesa de câmbio da Travelex Bank, a escalada das tensões políticas, porém, pode ser contida pelo fato de que Queiroz não pretende, pelo menos por ora, fazer uma delação premiada.

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