Dólar fecha em queda com maior otimismo sobre economia brasileira
Dados de vendas do varejo superam expectativas dos investidores e aumentam as esperanças de uma retomada mais forte
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de julho de 2020 às 17h00.
Última atualização em 8 de julho de 2020 às 18h34.
O dólar fechou em queda, nesta quarta-feira,8, com com o maior otimismo sobre a recuperação da economia brasileira, após os dados de vendas no varejo referentes ao mês de maio ficarem muito além das expectativas.
O dólar comercial caiu 0,7% e encerrou sendo vendido por 5,347 reais, enquanto o dólar turismo, com menor liquidez, recuou 0,5%, cotado a 5,64 reais.
Divulgado pelo IBGE nesta manhã, as vendas do varejo tiveram aumento mensal de 13,9% em maio, ficando acima das projeções de mercado, que apontavam para uma expansão de 6%.
Para Arthur Mota, economista da Exame Research, o resultado das vendas no varejo foi muito bom por mostrar o início da recomposição do setor ainda no meio do segundo trimestre. “A pancada no varejo no trimestre será menor do que esperávamos há dois meses e tem motivado uma revisão mais positiva para a economia”, afirmou.
Mota ainda ressalta a melhora de segmentos do varejo que mais sofreram durante a fase mais rígida da quarentena, como os de vestuário, eletrodomésticos e veículos. Segundo ele, o dado positivo foi possível graças ao “caminhão de medidas do governo.”
No ambiente externo, o índice Dxy, que mede o desempenho do dólar contra pares desenvolvidos, caiu. No entanto, contra divisas emergentes, a moeda americana teve um dia misto, subindo contra o a lira turca e a rúpia indiana, mas desvalorizando-se em relação ao peso mexicano e ao rublo russo.
O que motiva a maior cautela nos mercados são os casos de coronavírus nos Estados Unidos, que voltou a bater novo recorde diário, na véspera, registrando mais de 60.000 novos infectados em 24 horas. De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, já são 2.996.098 casos confirmados no país e 131.480 mortes.
Ontem, o Federal Reserve voltou a dizer, por meio de seu vice-presidente de supervisão, Randal Quarles, que o futuro da economia americana segue “altamente incerto”, apesar de alguns dados econômicos, como os últimos payrolls, tenham apontado para uma recuperação mais rápida do que o esperado.
“O Covid-19 ainda não ficou para trás. Nós sabemos que o sistema financeiro ainda vai enfrentar mais desafios”, disse Quarles.