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Dólar chega a cair 1% com especulação eleitoral

Melhora em emprego dos EUA impulsiona dólar no exterior e Banco Central vende oferta total de swaps em leilão diário e rolagem


	Dólar: às 14h55, a moeda norte-americana caía 0,65 por cento, a 2,4755 reais na venda
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Dólar: às 14h55, a moeda norte-americana caía 0,65 por cento, a 2,4755 reais na venda (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 15h16.

Por São Paulo - Em mais um dia de sobe e desce, o dólar ampliava a queda e chegou a cair 1 por cento nesta sexta-feira, com investidores usando o noticiário político como pretexto para ajustar suas posições após, mais cedo, a divisa superar 2,50 reais pela primeira vez desde o fim de 2008.

Às 14h55, a moeda norte-americana caía 0,65 por cento, a 2,4755 reais na venda, depois de alcançar 2,5078 reais na máxima da sessão e 2,4643 reais na mínima.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 2,2 bilhões de dólares, muito acima da média diária recente.

A cena política está no centro das atenções dos mercados há semanas, em meio pesquisas de intenção de voto mostrando vantagens da presidente Dilma Rousseff (PT), que tem sido criticada pela condução da atual política econômica, sobre seus adversários.

Apenas em setembro, a moeda norte-americana avançou 9,33 por cento, maior alta mensal em três anos.

Investidores aproveitaram para corrigir parte dessa alta nesta sessão, após a revista Veja publicar em sua página na internet que o doleiro Alberto Youssef teria documentos provando o esquema de corrupção na Petrobras.

Alguns operadores acreditavam que a matéria, que deve ser publicada neste fim de semana, poderia prejudicar a campanha de Dilma pela reeleição.

"Vi boatos sobre a revista Veja... Mas, sinceramente, acho muito pouco para justificar esse movimento (de queda do dólar)", disse o tesoureiro-chefe da corretora Icap, Arlindo Sá.

Durante boa parte do pregão, o dólar viveu movimentos de sobe e desce, chegando a 2,50 reais, mas sem força para se sustentar acima desse nível, com investidores adotando a postura de "esperar para ver" no último pregão antes do primeiro turno das eleições presidenciais.

Na véspera, foram divulgadas novas pesquisas do Datafolha e do Ibope, ambas mostrando a presidente na liderança da disputa nos dois turnos.

No levantamento do Datafolha, Aécio Neves (PSDB) aparece em empate técnico com Marina Silva (PSB) no primeiro turno, que acontece neste domingo, gerando incertezas sobre quem chegará à segunda rodada.

No Brasil, o dólar era negociado completamente descolado do exterior após a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho melhores do que o esperado nos Estados Unidos, que alimentaram expectativas de que as taxas de juros na maior economia do mundo podem ser elevadas antes do esperado.

Nesse contexto, o dólar subia mais de 1 por cento sobre o euro, alcançando a máxima em mais de dois anos, e se fortalecia contra as principais moedas emergentes.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.

Foram vendidos 2,11 mil contratos para 1º de junho e 1,89 mil contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 196,9 milhões de dólares.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 13 por cento do lote total, equivalente a 8,84 bilhões de dólares.

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