Dólar: a moeda dos EUA se manteve, porém, acima dos R$ 2,15, patamar citado como piso (Susana Gonzalez/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2013 às 17h32.
São Paulo - O acordo alcançado nos Estados Unidos sobre o teto fiscal, a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e o esclarecimento do Banco Central (BC) sobre os anúncios dos leilões de swap fizeram o dólar cair nesta quinta-feira, 17.
A moeda dos EUA se manteve, porém, acima dos R$ 2,15, patamar citado como piso, pois abaixo disso o BC, na visão de alguns operadores, poderia repensar a estratégia de intervenções.
No mercado à vista de balcão, o dólar encerrou em baixa de 0,64%, a R$ 2,162, menor patamar de fechamento desde 14 de junho deste ano (R$ 2,144). Na máxima, atingiu R$ 2,170 (-0,28%) e, na mínima, marcou R$ 2,1570 (-0,87%). No mercado futuro, o dólar para novembro registrava queda de 0,94%, a R$ 2,169.
Desde cedo, o exterior influenciou a moeda norte-americana para baixo, em função do alívio com o acordo no Congresso dos EUA sobre a questão fiscal.
Na noite passado, o Congresso aprovou um projeto para financiar o governo até 15 de janeiro e suspender o teto da dívida até 7 de fevereiro do próximo ano. O acordo seguiu para sanção do presidente Barack Obama na madrugada, o que permitiu o retorno dos servidores públicos ao trabalho nesta quinta-feira.
Os dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA na última semana, que atingiram 358 mil, acima da previsão de 330 mil, contribuíram para o recuo do dólar, ao reforçarem a leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ainda não tem espaço para iniciar a redução de seus estímulos à economia.
No Brasil, a divulgação da ata da última reunião do Copom consolidou a percepção de que, no fim de novembro, a Selic retornará aos 2 dígitos, para 10% ao ano. O fator, assim como ocorreu em sessões anteriores, também sustentou a baixa do dólar, com o mercado prevendo entrada de mais recursos especulativos no País no curto prazo - a despeito de o fluxo cambial, conforme os dados mais recentes, ainda demonstrar fraqueza.
O BC informou ainda ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que os anúncios de leilões de swap, que vinham saindo perto das 14h30, serão publicados agora entre 19h30 e 20h30. De acordo com o BC, o novo horário obedece a um "ajuste operacional".
Para profissionais do mercado, ao esclarecer a questão, o BC reafirmou o compromisso do dia 22 de agosto, quando anunciou leilões diários de dólares até "pelo menos" o fim do ano.
"Mas se o mercado (dólar) começar a voltar muito, ele pode começar a colocar menos nos leilões", disse um profissional de um banco, citando R$ 2,15 como parâmetro. "Na verdade, o remédio do BC (os leilões diários para segurar o dólar) foi pesado. E ele tem a opção de mexer nisso", endossou Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora.
Após o BC informar a mudança de horário dos anúncios dos swaps, o dólar atingiu a mínima da sessão, abaixo dos R$ 2,16, para depois encerrar a R$ 2,1620.