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Dólar cai de olho na Previdência e com alívio comercial; Bolsa sobe

Às 12:45, o dólar recuava 0,54%, a 3,8204 reais na venda.

Dólar: China e EUA concordarem em reiniciar as negociações comerciais (Ismailciydem/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 1 de julho de 2019 às 09h36.

Última atualização em 1 de julho de 2019 às 14h05.

São Paulo — O dólar recuava ante o real nesta segunda-feira, com alívio vindo do exterior após China e Estados Unidos concordarem em retomar as negociações comerciais, e na expectativa pela apresentação do relatório final da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara.

Às 12:45, o dólar recuava 0,54%, a 3,8204 reais na venda.

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Na sexta-feira, o dólar subiu 0,21%, a 3,841 reais na venda, mas acumulou em junho a maior queda para o mês em três anos.

Neste pregão, o dólar futuro cedia por volta de 0,8%.

No sábado, os EUA e a China concordaram em voltar às negociações comerciais, com o governo norte-americano suspendendo novas tarifas sobre exportações chinesas, em um sinal de pausa nas hostilidades comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Ao falar sobre a Huawei, um dos pontos espinhosos da negociação entre os dois países, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse ainda que companhias norte-americanas receberiam permissão para vender componentes à maior fabricante de peças de telecomunicações do mundo, quando não houvesse problemas de segurança nacional.

O anúncio trouxe alívio aos mercados globais nesta segunda-feira, encorajando investidores a deixarem de lado a cautela que vinham adotando na expectativa do encontro entre os presidentes dos dois países, ocorrido paralelamente à cúpula do G20 no Japão, e alimentando apetite por risco.

"Apesar de um cessar-fogo ter sido antecipado pelos mercados na semana passada, o avanço é bem recebido e traz alivio às tensões globais, o que deve dar sustentação aos mercados globais(com foco em emergentes como o Brasil) no curto prazo", avaliaram economistas da XP Investimentos, em nota.

No panorama doméstico, investidores olham para uma semana considerada crucial para a reforma da Previdência, na expectativa que o relator do texto na comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresente o relatório final no início desta semana.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que terça-feira é o prazo final para reincluir ou não Estados e municípios. Na terça, Maia participa de uma reunião com os governadores e Moreira, para definir o apoio ou não à reforma.

Agentes financeiros monitoram se parlamentares conseguirão votar o texto no plenário da Câmara antes do recesso.

Investidores ainda trazem no radar o acordo do Mercosul com a União Europeia, anunciado na sexta-feira. "Ainda temos que monitorar desdobramentos, mas a sinalização é positiva", afirmou a economista da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack.

O BC realiza neste pregão leilão de 6,175 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de agosto.

Ibovespa

O Ibovespa subia nesta segunda-feira, acompanhando o viés de praças acionárias no exterior, após Estados Unidos e China concordarem em retomar discussões, em novo sinal de pausa nas hostilidades comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Às 12:09, o Ibovespa subia 0,77%, a 101.744,97 pontos. O volume financeiro somava 5,64 bilhões de reais.

Os governos norte-americano e chinês concordaram no sábado em retomar as discussões comerciais, com os EUA suspendendo a imposição de novas tarifas sobre exportações chinesas.

"Um acordo ainda não está selado, mas os dois países mostraram força de vontade mútua para acabar com o impasse e seguir em frente com as negociações", disse o analista Ipek Ozkardeskaya, do London Capital Group.

No Brasil, as atenções continuam voltadas à comissão especial da Câmara dos Deputados, que pode votar esta semana o parecer do relator da proposta da reforma da Previdência.

"Para que a votação da reforma no plenário da Câmara aconteça ainda no mês de julho, será fundamental que a Comissão conclua seus trabalhos, no máximo, até sexta-feira", destacou a equipe da Brasil Plural em nota a clientes. O recesso parlamentar começa em 18 de julho.

Também repercutiu pesquisa semanal Focus do Banco Central mostrando que economistas passaram a ver mais afrouxamento monetário neste ano e no próximo, em meio a estimativas cada vez mais fracas para o crescimento do Brasil.

Estrategistas começaram o segundo semestre com viés relativamente otimista para a bolsa brasileira, de olho na votação da reforma da Previdência e possibilidade de corte nos juros pelo Banco Central.

Destaques

- JBS e BRF valorizavam-se 4,4% cada, após acordo preliminar de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE) na sexta-feira. A XP vê o acordo como positivo para o setor de frigoríficos, mas avalia que não há impacto de curto prazo, dado que deve levar de 3 e 5 anos para o acordo se tornar efetivo. No caso da BRF, reportagem do Valor Econômico cita que a empresa recebeu uma oferta da ordem de 350 milhões de dólares (1,3 bilhão de reais) por ativos no Oriente Médio.

- VALE avançava 3,1%, conforme os futuros de minério de ferro na China saltaram para um nível recorde nesta segunda-feira, estendendo um rali impulsionado pela oferta restrita, bem como pelas expectativas de que o aumento dos preços do aço elevará a demanda pela matéria-prima. CSN acompanhava a alta e valorizava-se 1,6%.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiam 0,7 por cento cada, acompanhando a elevação dos preços do petróleo no mercado externo, após a Opep concordar em prorrogar até março de 2020 cortes na produção, conforme fontes.

- BRADESCO PN valorizava-se 0,8% e ITAÚ UNIBANCO PN tinha acréscimo de 0,5%, endossando o avanço do Ibovespa. BANCO DO BRASIL mostrava oscilação negativa de 0,06%.

- SUZANO recuava 2,3%, na esteira do declínio do dólar frente ao real, além do cenário ainda complicado para o setor de papel e celulose.

- NEOENERGIA estreava na bolsa saltando 7,7%, após movimentar mais de 3 bilhões de reais em oferta inicial precificada a 15,65 reais por ação na semana passada. Na máxima, as ações chegaram a subir 10,2%

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