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Dólar cai ao menor nível em mais de um mês, de olho no Senado

O esperado é que a reforma trabalhista seja aprovada e a atual equipe econômica continue após eventual substituição de Temer

Dólar: "O dólar deve continuar trabalhando abaixo dos 3,30 reais se tudo continuar como esperado pelo mercado" (Antonistock/Thinkstock)

Dólar: "O dólar deve continuar trabalhando abaixo dos 3,30 reais se tudo continuar como esperado pelo mercado" (Antonistock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 11 de julho de 2017 às 17h16.

São Paulo - O dólar caiu pela terceira sessão seguida nesta terça-feira, ao menor nível em mais de um mês e no patamar de 3,25 reais, com os investidores apostando que a reforma trabalhista será aprovada pelo Senado mesmo em meio à situação cada vez mais delicada do presidente Michel Temer, que vem perdendo apoio político.

O dólar recuou 0,19 por cento, a 3,2532 reais na venda, menor patamar desde 1º de junho (3,2467 reais). Nestes três pregões, a moeda norte-americana acumulou queda de 1,37 por cento.

Na mínima do dia, atingiu 3,2466 reais. O dólar futuro tinha leve baixa de cerca de 0,20 por cento no final da tarde.

"O dólar deve continuar trabalhando abaixo dos 3,30 reais se tudo continuar como esperado pelo mercado", avaliou o gerente de tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.

O esperado é que a reforma trabalhista, cuja votação estava prevista para esta terça-feira, seja aprovada e a atual equipe econômica continue após eventual substituição de Temer. A suspensão da sessão não chegou a interferir nessa percepção.

O presidente sofreu um revés na véspera, com o parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) favorável para que a Câmara dos Deputados autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a denúncia contra Temer por crime de corrupção passiva.

Cada vez mais o mercado vem precificando que um afastamento de Temer, que seria substituído pelo menos temporariamente pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seria positivo para o andamento das reformas.

"Tal votação (da reforma trabalhista) se coloca como chave para a manutenção do 'sangue-frio' de investidores que, como sabemos, tentam encontrar um desfecho positivo ao ajuste fiscal em meio à baderna política que temos vivenciado", informou a corretora H.Commcor em relatório.

O Banco Central vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou 830 milhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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