Dólar fecha em queda com estímulos do Fed e à espera de novo pacote
Mercados globais têm dia positivo com investidores ainda digerindo as últimas medidas do banco central americano
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2020 às 09h24.
Última atualização em 24 de março de 2020 às 17h16.
São Paulo -O dólar fechou em queda frente ao real nesta terça-feira (24), com os investidores ainda digerindo o último pacote de estímulos para conter os impactos do coronavírus anunciado pelo Federal Reserve (Fed) , na segunda-feira (23). Neste pregão, o dólar comercial caiu1,2% e encerrou cotado a 5,08 reais. O dólar turismo, que se apreciou menos do que o comercial na véspera, teve leve alta de 0,2%, a 5,37 reais.
Entre as medidas do Fed, está a concessão de créditos para famílias e pequenas empresas. O banco central americano também irá recomprar títulos e conceder aos grandes empregadores empréstimos equivalentes a até 4 anos de financiamento.
No exterior, o movimento de desvalorização do dólar ocorreu em relação a uma série de divisas internacionais, tanto de países emergentes quanto de desenvolvidos. Nesta terça o dólar registrou quedas de mais de 1,5% contra o peso mexicano, o rublo russo e a lira turca. O índice Dxy, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas de economias desenvolvidas, recuou 0,44%.
"Os esforços do Fed devem inviabilizar grande parte do momento [de alta] que está sendo construído para o dólar", escreveu em relatório Edward Moya, analista da corretora de forex com sede em Nova York Oanda.
Os investidores também estão atentos ao super pacote de 2 trilhões de dólares que tramita no Congresso dos Estados Unidos. Na noite de segunda-feira, a presidente da Câmara e também democrata, Nancy Palosi, pediu a inclusão de novos incentivos para que a medida voltasse a ser votada no Senado.
Nesta manhã, o presidente Donald Trump , em sua conta no Twitter, pressionou o Congresso americano para que o pacote seja aprovado ainda hoje.
No domingo, a iniciativa foi barrada pelos senadores democratas sob o argumento de que o projeto não visava a população, e sim Wall Street - o que injetou mais uma onda de pessimismo nos mercados e fazendo a moeda americana ganhar força frente a divisas de países emergentes. Na segunda, o dólar subiu 2,21% contra o real e encerrou cotado a 5,138 reais.