Invest

Divisora de águas, compra de campo Peregrino deixa Itaú BBA ainda mais otimista com a Prio (PRIO3)

Banco elevou preço-alvo de R$ 61 para R$ 71, reiterando compra do papel da petroleira e destacando "jornada transformadora"

Prio: transação com a Sinochem inclui a aquisição da subsidiária detentora dos direitos no campo (PRIO/Exame)

Prio: transação com a Sinochem inclui a aquisição da subsidiária detentora dos direitos no campo (PRIO/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 12h40.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 15h47.

A aquisição de 40% do campo Peregrino, na Bacia de Campos, coloca a Prio numa “jornada transformadora”, nas palavras do time de analistas do Itaú BBA, que decidiu elevar o preço-alvo da petroleira de R$ 61 para R$ 71, reforçando a recomendação de compra. Considerando o fechamento desta quinta-feira, o prêmio é de 66,5%.

Controlada pela Sinochem, a fatia do Peregrino foi comprada pela Prio por US$ 1,91 bilhão, mas o valor final é de US$ 1,6 bilhão a US$ 1,7 bilhão, dado que o "valor efetivo" da transação é considerado a partir de 1º de janeiro deste ano.

Desde então, o campo já gerou entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões de receita, o que será descontado do custo para a Prio.

O relatório time do BBA estaca o impacto da compra e a significativa expansão de produção projetada para a companhia. A transação marca um divisor de águas para a Prio, que deve ver sua produção pro-forma crescer cerca de 45%, chegando a 115 mil barris por dia.

Ativo estratégico

O campo de Peregrino é considerado um ativo estratégico e desafiador, mas que oferece potencial de longo prazo. A equipe do banco considera que a aquisição pode render uma taxa interna de retorno (TIR) de 29%, com um valor presente líquido (VPL) estimado de US$ 637 milhões.

A análise do Itaú BBA destaca ainda que, mesmo sem deter o controle operacional do campo – atualmente nas mãos da norueguesa Equinor, com 60% de participação –, a Prio terá a oportunidade de capturar sinergias expressivas nas operações de comercialização de petróleo.

De acordo com os analistas, há uma expectativa de otimização logística que pode melhorar a monetização do petróleo de Peregrino em até US$ 4 por barril, graças à integração de operações com outros ativos da Prio.

A sinergia é um dos pontos centrais da análise. No campo Peregrino, que produz um óleo pesado com 13° API (o petróleo mais pesado produzido no Brasil), os desafios logísticos e comerciais são significativos.

Porém, os analistas do Itaú BBA acreditam que a Prio será capaz de superar parte dessas dificuldades otimizando o transporte em maiores lotes de produção, o que pode reduzir os custos de logística em até US$ 2,5 por barril.

Outro ponto é o fato de que a transação com a Sinochem inclui a aquisição da subsidiária detentora dos direitos no campo, e não apenas os direitos de concessão em si. Essa estrutura permite que a Prio aproveite cerca de US$ 632 milhões.

No horizonte de produção, o Itaú BBA projeta que o campo Peregrino atingirá o patamar de 100 mil barris por dia em breve, contribuindo decisivamente para que a Prio alcance uma produção de 147 mil barris por dia em 2025. Esse crescimento é suportado por investimentos planejados, incluindo a perfuração de novos poços produtores e a manutenção da infraestrutura já existente.

O relatório estima que o lifting cost (custo de extração) da Prio, que deve cair para US$ 6,9 por barril em 2026, será um dos pontos fortes da operação, gerando maior eficiência e margens mais saudáveis.

A Prio acumula queda de 4% no ano, com valor de mercado de R$ 38,92 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:PrioPetróleo

Mais de Invest

Compra de material escolar vira um 'inferno' na Amazon dos EUA

Sem café? Greve de funcionários da Starbucks em Nova York completa três semanas

Jovens na Coreia do Sul abandonam sonho da casa própria para investir em ações

Metaverso dá prejuízo bilionário à Meta, que estuda cortes no setor