"Dia do Brasil" em Davos termina com perspectiva otimista
Falas do ministro Paulo Guedes e do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deixaram uma percepção positiva entre os participantes do Fórum de Davos
Carlo Cauti
Publicado em 25 de maio de 2022 às 15h49.
Última atualização em 25 de maio de 2022 às 15h54.
O terceiro dia do Fórum Econômico Mundial de Davos terminou nesta quarta-feira, 25, com um tom de otimismo.
Em todos os painéis do Fórum de Davos onde participaram brasileiros a percepção foi que 2022 será um ano positivo para a economia.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, discursou em um painel sobre como gerenciar a dívida pública global, e defendeu a agenda de reformas do Brasil.
Segundo Guedes, o Brasil estaria em uma "posição muito confortável" e "sólida" em relação à sua dívida pública.
Isso porque "não dormiu" no combate à inflação, ao contrário de outros países.
Guedes salientou como o Brasil atuou de forma correta, seja "na frente fiscal, seja na frente monetária".
Economia brasileira em recuperação
Durante o painel foi tratado o cenário positivo que está aparecendo no Brasil. Com resultados fiscais positivos além dos preços mais altos das commodities, que estão revitalizando o caminho para a recuperação econômica.
Guedes salientou como o governo vai continuar com a agenda de reformas, principalmente na digitalização dos serviços, modernização dos marcos regulatórios, privatização de ativos estatais e atração de investimentos estrangeiros.
BNDES e Amazônia em Davos
Por sua vez, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, participou de um painel sobre a preservação da Amazônia.
"Trata-se de regular, legislar e lançar as bases para que os povos da selva se tornem empreendedores, que é o que eles realmente querem", disse Montezano.
O presidente do BNDES lembrou que o banco de investimento público tem várias linhas de financiamento para reverter uma cultura que, como reconheceu, durante anos considerou que "destruir a floresta era criar valor econômico" e que só agora começa a mudar.
Uma mudança que o economista-chefe do Itaú Unibanco (ITUB4), Mário Mesquita, acha que vai ocorrer somente mudando os incentivos.
“Somente se o preço for justo, as pessoas deixarão de fazer o que estão fazendo. Mudar os incentivos será mais eficaz do que coerção”, disse Mesquita, para o público de Davos.