Natura: marca original do grupo reportou vendas 25% maiores na América Latina (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 9 de maio de 2023 às 07h23.
Última atualização em 9 de maio de 2023 às 07h28.
Os desafios da Natura &Co parecem não se dissipar. No primeiro trimestre, a empresa continuou reportando prejuízo: R$ 652,4 milhões. A receita cresceu 3,4% em moeda constante, mas caiu 2,8% em reais, somando R$ 8 bilhões. Nesse emaranhado de números, só a Aesop, vendida para a L'Oréal por US$ 2,52 bilhões, e a Natura reportaram números positivos, mostrando que o desafio da maior companhia de beleza brasileira é grande e complexo.
Excluindo a Aesop, a receita líquida consolidada do período totalizou R$ 7,3 bilhões, crescimento de 2,2% em moeda constante e queda de 3,8% em reais na comparação anual. Houve, sim, é verdade, melhora de margem nas operações, excluindo a marca australiana, que já reportava bons indicadores de rentabilidade, mas viu uma queda de 3,2 pontos percentuais na margem. O lucro bruto consolidado somou R$ 5,4 bilhões, com margem bruta de 67,7%, o que mostrou melhora de 3,7 pontos percentuais. Sem Aesop, essa margem foi de 65,9%, 3,8 pontos percentuais mais alta.
Com isso, o Ebitda ajustado ficou em R$ 842 milhões, com margem de 10,5%, também 3,3 pontos percentuais melhor. Isso se deve a melhor mix e precificação na Natura &Co Latam (Natura e Avon na América Latina) e na Avon Internacional, que conseguiu compensar parte da pressão inflacionária. Também houve efeito do processo de "enxuga" das despesas da holding. A The Body Shop, no entanto, segue pressionada.
Se houve algum progresso operacional, o resultado financeiro mostrou-se um detrator para a última linha do balanço da Natura. A dívida líquida, excluindo leasing, foi de R$ 9,4 bilhões, ante R$ 7,4 bilhões no último trimestre de 2022. A empresa alega que o aumento de R$ 2,0 bilhões no trimestre na dívida líquida se deve principalmente ao consumo de caixa sazonal, combinado a aumento do estoque e recebíveis do forte crescimento da marca Natura.
Mas, segundo a companhia, essas pressões das despesas financeiras serão endereçadas com a venda da Aesop, que depende de aprovação dos reguladores de mercado.