Credit Suisse (Fabrice Coffrini/AFP/AFP)
O Credit Suisse apresentou nesta sexta-feira, 7, uma proposta de recompra de US$ 3 bilhões em papéis da dívida, e as ações do banco suíço dispararam até 8%.
O banco anunciou uma oferta de compra em dinheiro relativa a oito títulos de dívida sênior denominados em euros ou libras esterlinas, no valor de até um bilhão de euros, juntamente com 12 títulos denominados em dólares no valor de até US$ 2 bilhões. As ofertas dos títulos de dívida do Credit Suisse expirarão em 3 e 10 de novembro, respectivamente.
Após a apresentação da proposta, as ações do Credit Suisse dispararam, chegando a subir até 8% na Bolsa de Valores de Zurich. Todavia, também o preço dos títulos da dívida do banco e os Credit Default Swaps (CDS) sobre sua possível inadimplência caíram.
O custo anual de uma apólice contra a inadimplência de um papel da dívida do Credit Suisse passou de 350 euros na quinta-feira para 327 euros nesta sexta, segundo os dados da S&P Global Market Intelligence.
A decisão do Credit Suisse de recomprar papéis da dívida é um sinal de que o banco não estaria em dificuldades financeira, provando que é capaz de recomprar seus títulos e fornecer liquidez aos investidores. Além disso, o banco salientou que a operação é uma forma de lucrar com seus problemas, já que os papéis da dívida estavam sub-valorizados, e economizar no pagamento dos juros.
Algo que já ocorreu no passado com outro gigante bancário europeu que enfrentou sérias dificuldades: o Deutsche Bank. Em 2016, o banco alemão lançou um programa de recompra de títulos para tentar tranquilizar os investidores, para, em seguida, levantar novo capital e conseguir fazer sua reestruturação.
A recompra de papéis da dívida extingue os pagamentos de juros que o banco deve aos detentores desses títulos. Além disso, o banco consegue economizar dinheiro ao recomprar a dívida com desconto.
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Todavia, no caso do Credit Suisse, o tamanho da oferta é simbólico. Segundo suas próprias demonstrações financeiras, o Credit Suisse detém US$ 160 bilhões em dívida sênior e subordinada de longo prazo.
Nas últimas semanas, muitos investidores venderam maciçamente ações e papéis da dívida do Credit Suisse, à medida que aumentavam as preocupações sobre sua solvência e capacidade de sobreviver. Segundo muitos investidores e analistas, o banco precisará levantar novo capital para financiar sua reestruturação, diluindo os acionistas existentes.