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Correção técnica e dólar fazem juros retomarem queda

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 estava em 8,04%, de 8,07% no ajuste

O giro financeiro foi de R$ 4,647 bilhões (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

O giro financeiro foi de R$ 4,647 bilhões (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2012 às 17h00.

São Paulo - Os investidores em juros futuros decidiram tirar um pouco do "exagero" de quinta-feira e houve queda de taxas ao longo de toda a curva a termo nesta sexta-feira. Segundo profissionais do mercado, trata-se de uma correção técnica, mas a queda do dólar, influenciada por mais uma atuação do Banco Central na ponta vendedora, também contribui para que os agentes, por enquanto, fechem posição em torno de uma Selic 0,5 ponto porcentual menor, a 8,50% depois do encontro da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom). A sexta-feira teve agenda fraca. Entre os dados conhecidos, no entanto, trouxe preocupação a nova alta da inadimplência em abril.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (370.195 contratos) estava em 8,04%, de 8,07% no ajuste. A taxa projetada pelo DI janeiro de 2014 (323.165 contratos) cedia para 8,52%, de 8,62% na véspera. Entre os vencimentos longos, o DI janeiro de 2017 (45.955 contratos) recuava para 9,81%, de 9,92% ontem, enquanto o DI janeiro de 2021 (11.110 contratos) caía para 10,34%, de 10,44% no ajuste.

O Banco Central vendeu nesta sexta-feira 14 mil contratos de swap cambial com dois vencimentos, num total financeiro de US$ 698,2 milhões. O resultado corresponde à venda de 34,91% da oferta de até 40 mil desses contratos, equivalente a US$ 2 bilhões.


Entre os indicadores domésticos, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fipe, subiu 0,41% na terceira quadrissemana de maio. O número representa uma desaceleração em relação à segunda prévia do mês, quando apresentou 0,48%. O resultado ficou abaixo da mediana de 0,44% do AE Projeções.

O relatório de crédito divulgado pelo BC mostrou dados divergentes no que diz respeito ao aumento das concessões, mas trouxe preocupação sobre a inadimplência. O estoque das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 1,2% em abril, na comparação com março, para R$ 2,1 trilhão. A média diária de oferta de crédito cresceu 6% em abril na comparação com março, mas na parcial de maio, até dia 14, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, afirmou que a média de concessão aumentou apenas 0,3% na comparação com abril. A concessão de novos financiamentos para pessoas físicas caiu 4,1% em maio ante abril, após ter disparado 8,1% no quarto mês do ano.

A taxa média de juros dos empréstimos com crédito livre recuou de 37,3% ao ano em março para 35,3% ao ano em abril, o menor nível registrado desde dezembro de 2010 (35,0%). A queda dos juros, porém, ainda não resultou na queda da inadimplência, como defendeu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recentemente. O calote da pessoa física voltou a subir em abril, depois da queda registrada em março em relação ao mês anterior. O Banco Central informou que o porcentual de empréstimos das famílias com atraso superior a 90 dias passou de 7,4% em março, para 7,6% no mês passado.

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