Construtoras de baixa renda devem sofrer mais com a inflação, diz BTG
Com IPCA de 9%, dificuldade para repassar aumento de custos pode reduzir margem de lucro, diz Fernando Mollo, analista de ações do BTG Pactual Digital
Guilherme Guilherme
Publicado em 10 de agosto de 2021 às 10h01.
Última atualização em 10 de agosto de 2021 às 10h01.
O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a superar as estimativas nesta terça-feira, 10, ficando em 0,96% no mês de julho e em 8,99% no acumulado de 12 meses. Em junho, a inflação de 12 meses era de 8,35%.
A dinâmica de preços tem pressionado as despesas corporativas, com maiores gastos com insumos. Entre os setores mais prejudicados por esse cenário, que também induz à alta de juros, está a construção civil. Embora as empresas venham divulgando bons resultados, a expectativa de Fernando Mollo, analista de ações do BTG Pactual Digital, é de que construtoras de baixa renda sejam as mais prejudicadas.
“Essas empresas acabam sofrendo mais, pois seu público-alvo tem menor capacidade de absorver a alta de preços”, disse na Abertura de Mercado desta terça.
Uma das construtoras com esse foco é a Direcional (DIRR3), que apresentou resultado do segundo trimestre na última noite. A empresa teve lucro líquido de 40,7 milhões de reais, superando os 33,9 milhões de reais registrados no mesmo período do ano passado.
Embora trabalhe com imóveis voltados para o programa Casa Verde e Amarela (Ex-Minha casa, Minha Vida), o resultado da Direcional teve ajuda da subsidiária Riva, voltada para o média renda. “Isso deu maior espaço para repasse de preço e, consequentemente, espaço para ganhos de margem de 38%, que foi o grande destaque do balanço da Direcional”, comentou Mollo.