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Com queda acima de 50%, Méliuz atrai investidor; vale a pena entrar?

Depois de forte derrocada nas últimas semanas, a ação disparou 8,41% na sexta. O que dizem analistas

Cerimônia de estreia da Méliuz na B3, em novembro de 2020 | Foto: B3 (B3/Divulgação)

Cerimônia de estreia da Méliuz na B3, em novembro de 2020 | Foto: B3 (B3/Divulgação)

PB

Paula Barra

Publicado em 10 de setembro de 2021 às 15h27.

Última atualização em 11 de setembro de 2021 às 08h46.

A derrocada das ações da Méliuz (CASH3) nas últimas semanas começou a atrair investidores. Nesta sexta-feira, 10 de setembro, as ações fecharam com valorização de 8,41%, a maior alta do Ibovespa. O papel foi para 5,93 reais.

A forte alta aconteceu depois de as ações acumularem uma queda de 58% nos pregões entre o dia 26 de julho e 8 de setembro, a quarta-feira passada. No período, o preço passou de 12,33 para 5,20 reais.

A melhora no humor do mercado e as perspectivas favoráveis para a empresa favorecem o movimento, explica o analista Bruno Rosolini, da Genial Investimentos.

"Vejo essa correção mais como uma oportunidade para o investidor comprar a ação a um preço mais barato do que um motivo para ficar assustado", comentou.

Isso porque, segundo ele, a baixa recente foi provocada principalmente por fatores externos à empresa. Entre eles, a alta nas taxas futuras de juros (que afeta de forma mais dura empresas de tecnologia, que têm seu fluxo de caixa projetado mais para frente) e a elevação do risco-país em meio à tensão política.

Além disso, ele aponta que, depois da forte escalada da ação desde o seu IPO, era natural um ajuste.

A Méliuz acumula alta de 260% desde sua oferta pública inicial de ações, em novembro do ano passado. Essa marca já chegou a superar os 600%, quando bateu o seu topo histórico, em 12,33 reais, no dia 26 de julho.

"A empresa tem reportado bons números e acreditamos que há muitas novidades ainda para acontecer", disse o analista.

A companhia está em vias de lançar uma nova versão de seu app, previsto para o início de 2022, que deve aumentar sua capacidade de reter usuários e ampliar seu leque de monetização.

"Os próximos dois resultados da empresa e suas movimentações a partir do ano que vem serão muito interessantes de acompanharmos, devem mostrar como a companhia vai caminhar", destacou Rosolini.

A empresa, que iniciou como uma plataforma de cashback, está se transformando em um ecossistema robusto, incluindo nele a oferta de serviços financeiros. Em julho deste ano, a companhia anunciou a aquisição da Alter Pagamentos, uma startup que tem uma conta e uma wallet (carteira) digital com bitcoin e outros criptoativos.

A aquisição representa um passo estratégico da Méliuz ao trazer para o seu ecossistema usuários de criptomoedas, um mercado cuja tendência está em forte expansão, além de passar a oferece uma nova moeda de negociação aos que já estão em sua base.

Em relatório do fim do mês passado, o BTG Pactual reforçou recomendação de compra para a ação, apontando que, com a queda recente, CASH3 ficou com uma assimetria ainda mais atrativa.

"A transição de um modelo 'cashback puro' para um ecossistema mais completo provavelmente não será em linha reta para o sucesso, mas ainda acreditamos que pode ser transformador e a empresa está no caminho certo", comentaram Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, analistas do banco.

Eles mantiveram o preço-alvo para o papel em 10,00 reais, o que representa um potencial de alta de 67% frente o patamar atual.

"Ao invés de olhar para a movimentação do preço, o investidor deve olhar para os fundamentos, entender o modelo de negócio da empresa e o que deve ser olhado no curto, médio e longo prazo", apontou Rosolini.

Segundo ele, a empresa tem conseguido trabalhar nos pontos que considera mais importantes: a atração de novos clientes, retenção de usuários e inovação. "Portanto, de forma geral, seguimos bem otimistas", afirmou . A Genial tem recomendação de compra para Méliuz.

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