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Cielo sobe 12% na Bolsa, mesmo após lucro decepcionante

Papel da empresa era negociado a R$ 7,32; desde o pico histórico, ação já caiu mais de 70%

Lucro líquido foi 33% menor no segundo trimestre (Cielo/Divulgação)

Lucro líquido foi 33% menor no segundo trimestre (Cielo/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 24 de julho de 2019 às 14h53.

Última atualização em 24 de julho de 2019 às 17h32.

O lucro abaixo do esperado não abalou a convicção dos investidores na Cielo nesta quarta-feira (24). As ações da líder do mercado de maquininhas no país tiveram forte alta e chegaram a ir a leilão após subirem mais de 10% nesta tarde, negociadas perto de R$ 7,50. Mais cedo, os papéis abriram  em baixa de mais de 1%. No fechamento, os papéis subiram 12,89%.

A companhia divulgou na véspera um lucro líquido do segundo trimestre 33% menor que no ano anterior, de R$ 431 milhões, bem abaixo das expectativas. Sobre o balanço da empresa, pesaram a competição acirrada da guerra das maquininhas e maiores gastos com pessoal. Veja por que a ação da Cielo avançou.

Na véspera, as ações da Cielo caíram mais de 3% antes da divulgação do balanço, com o mercado já à espera de números não tão favoráveis. O papel da empresa acumulava até ontem perdas em torno de 20% na bolsa desde o começo do ano. Considerando o pico alcançado em 2015, o preço da ação caía mais de 70%.

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Apesar do desempenho aquém do esperado, a empresa de serviços financeiros está tentando enxergar o copo meio cheio. O que realmente importa para a empresa de pagamentos no momento, segundo o presidente Paulo Caffarelli, é o crescimento de 14% em sua base ativa de clientes e de 9% no volume financeiro transacionado, na comparação com o mesmo período do ano passado, o melhor desempenho desde o fim de 2017. 

Com o Bradesco e o Banco do Brasil dividindo o controle da empresa, fica mais difícil para ela reagir, concluíram analistas do BTG Pactual em relatório. "Lucros em queda e perda de participação e valor de mercado impactam a companhia. Enquanto ela se reestrutura diante da nova realidade, acreditamos que a Cielo está fazendo tudo o que pode ser feito agora: a luta por market share e a tentativa de manter os clientes", escreveram.

Para analistas da XP Investimentos, os papéis têm um potencial limitado de queda. Isso porque o aumento no volume transacionado de 8,9% foi um dado positivo e mostrou que a empresa tem resiliência e confirma que os esforços estão tendo efeito, ainda que com margens mais baixas, escreveram em relatório a clientes. 

Crédito com recursos próprios

Líder no mercado de adquirência de cartões no país, com cerca de 40% do mercado, a Cielo começou em junho a oferecer crédito com recursos próprios a clientes, tentando compensar os efeitos da queda nas taxas cobradas sobre as transações. Até agora, numa fase piloto, já emprestou 40 milhões de reais.

A empresa tem hoje 1,4 milhão de clientes e 164,5 bilhões de reais transacionados no trimestre. 

 

 

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