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China quer importadores de minério em bolsa de Pequim

Governo quer tirar poder de precificação das mineradoras, que deverão negociar importações apenas em Pequim


	Mineração: plataforma de negociação rivaliza com bolsa de Cingapura
 (Ana Cecília Rezende/EXAME)

Mineração: plataforma de negociação rivaliza com bolsa de Cingapura (Ana Cecília Rezende/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 10h29.

Xangai - A China deixará de conceder novas licenças para importadores de minério de ferro a menos que eles participem de uma plataforma doméstica de negociações, no mais recente movimento do maior consumidor mundial da matéria-prima para tentar diminuir o poder das mineradoras globais de estabelecer preços.

A China, que compra cerca de dois terços do minério de ferro negociado mundialmente todos os anos, um mercado global de mais de 1 bilhão de toneladas, tem tentado recuperar o poder de influenciar os preços do principal ingrediente do aço depois de aceitar a contragosto uma mudança de toda a indústria para a precificação à vista em 2010, depois de quatro décadas de um sistema de preços estabelecidos anualmente.

Sob as novas regras, tradings e siderúrgicas que buscarem uma nova licença para importar terão que negociar pelo menos 500 mil toneladas de minério na plataforma montada pela bolsa de mineração de Pequim (China Beijing International Mining Exchange CBMX), de acordo com um documento sobre a regulamentação ao qual a Reuters teve acesso. Apenas empresas chinesas têm direito de obter licenças de importação.

A primeira plataforma de negociação física de minério de ferro compete com a plataforma globalORE em Cingapura, mas as novas regras, em um país com dezenas de milhares de tradings de minério, poderiam levar mais negócios e dar mais liquidez à CBMX.

Mineradoras globais como BHP, Vale e Rio Tinto e siderúrgicas chinesas como Baoshan Iron and Steel são participantes de ambas plataformas.

Há tempos o governo chinês suspeita que os preços do minério de ferro são manipulados por algumas mineradoras e por tradings e queria uma plataforma que considerasse mais transparente, embora mineradoras possam ficar receosas de Pequim ganhar mais controle se os negócios se desloquem para a CBMX, especialmente depois de pressões chinesas sobre os níveis de preço do minério de ferro.


No mês passado, a principal agência de planejamento econômico da China acusou as três principais mineradoras do mundo e algumas tradings de manipularem o mercado para impulsionarem os preços do minério, que subiram mais de 80 por cento para perto de 160 dólares por tonelada em fevereiro depois de atingir a mínima de três anos em setembro.

"Alguns traders já foram verbalmente informados desta nova regra e estão dispostos a aumentar o volume de negócios na plataforma para obter qualificação para importar", disse uma fonte da indústria familiarizada com o assunto.

A CBMX lançou sua plataforma de negociação física, junto com seu próprio índice de precificação de minério de ferro, em 8 de maio de 2012, esperando ganhar influência para estabelecer preços da commodity mais importada pela China, em volume.

As novas regras foram redigidas pela Associação de Ferro e Aço da China e pela Câmara de Importadores e Exportadores de Minerais Metálicos e Químicos da China, uma unidade que ajuda a regular o mercado de minério de ferro em nome do Ministério de Comércio de China, de acordo com fontes da indústria.

Representantes das duas organizações não foram imediatamente localizados para comentar.

A CBMX não quis comentar.

Empresas que quiserem novas licenças de mineração terão que mostrar que negociaram pelo menos 500 mil toneladas de minério de ferro na CBMX desde que ela foi lançada, de acordo com uma lista de requisitos no documento distribuídos aos traders.

O documento também estipula que as companhias devem ter importador mais de 1 milhão de toneladas no ano passado.

Importadores já detentores de licenças não seriam afetados pelas novas regras, disseram representantes de duas tradings estatais chinesas.

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