China pode trazer mais perdas para bolsas dos EUA, diz BofA
Os mercados acionários dos EUA podem cair outros 4% diante da turbulência econômica na China
Agência de notícias
Publicado em 18 de agosto de 2023 às 11h07.
Os mercados acionários dos EUA podem cair outros 4% diante da turbulência econômica na China, que assusta investidores globais, e do aumento dos rendimentos dos títulos, de acordo com Michael Hartnett, do Bank of America.
O estrategista — que manteve sua projeção de baixa neste ano, mesmo com o rali das ações — disse que um novo salto nos rendimentos dos Treasuries e a desvalorização do yuan podem levar o S&P 500 a 4.200 pontos, quase 4% abaixo dos níveis atuais.
Ainda assim, uma “correção” pode ser adiada se níveis “críticos” dos títulos e moedas forem defendidos na semana que vem durante o Simpósio de Política Econômica em Jackson Hole, organizado pelo Federal Reserve de Kansas City, escreveu Hartnett em nota.
Os mercados globais tiveram uma semana agitada com as crescentes preocupações sobre a saúde do mercado imobiliário da China e seu impacto na economia em geral. Os yields dos títulos do Tesouro dos EUA subiram para o nível mais alto desde a crise financeira global, enquanto a China aumentou o apoio ao yuan que, no entanto, atingiu a menor cotação dos últimos anos.
O índice “equity put-to-call” da Cboe ficou acima de 1 na quarta-feira, no patamar mais alto desde a crise bancária em março, um sinal de que investidores buscam proteção, pois esperam maior volatilidade em certas ações. Isso é “um mau sinal” se os índices acionários não conseguirem se manter nos níveis atuais, destacou Hartnett.
O estrategista havia dito no mês passado que recomendaria posições vendidas em ações de empresas dos EUA no final de agosto ou início de setembro, após o forte rali no início deste ano. Hartnett reiterou na sexta-feira que uma retração seria “saudável”. Outros estrategistas, como Marko Kolanovic, do JPMorgan Chase, também alertaram recentemente sobre os riscos de mercado de uma inflação mais alta por mais tempo.
Em outro sinal de nervosismo dos investidores, os fundos em dinheiro registraram entradas de US$ 925 bilhões este ano, superando o recorde anterior em 2020, de acordo com a nota do Bank of America que cita dados da EPFR Global.
Em outros destaques do relatório, fundos dos EUA lideraram os US$ 2,1 bilhões em saídas de fundos globais de ações na semana até 16 de agosto. Cerca de US$ 1,3 bilhão deixou fundos de ações europeus, na 23ª semana consecutiva de resgates.
No período, fundos de renda fixa receberam US$ 300 milhões, marcando 21 semanas de entradas. O segmento de tecnologia foi o que mais recebeu entradas entre os setores, enquanto finanças e consumo tiveram os maiores saques.