Incorporadora chinesa Country Garden (CFOTO/Future Publishing /Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 28 de março de 2024 às 15h21.
Última atualização em 28 de março de 2024 às 15h22.
A incorporadora chinesa Country Garden anunciou nesta quinta-feira, 28, que atrasará a divulgação do seu balanço corporativo com os resultados anuais de 2023 e suspenderá as negociações dos papéis da empresa em Hong Kong, além de adiar reunião com o conselho de acionistas. A Country Garden não forneceu novas datas ou previsão de normalização dos procedimentos da empresa.
Em documento protocolado na Bolsa de Hong Kong (HKEX), a Country Garden informou que precisa "coletar mais informações para fazer estimativas e julgamentos de contabilidade apropriados" sobre os resultados financeiros do ano encerrado em 31 de dezembro de 2023.
"Graças a volatilidade contínua da indústria, estamos operando em um ambiente cada vez mais complexo", disse a empresa acrescentando que prefere esperar para ajustar os números após um processo de auditoria para refletir "de modo justo" o desempenho do grupo.
Como consequência, a incorporadora não conseguiu completar e divulgar o relatório como planejado, nesta quinta-feira (28), e não espera finalizar a análise dentro do limite estabelecido pela HKEX, que vai até 31 de março deste ano.
O descumprimento das regras de listagem deve levar à suspensão das operações a partir de 2 de abril, informou a Country Garden. A empresa afirmou que não espera efeitos significativos sobre as operações ou sobre o processo de recuperação judicial, se comprometendo a manter entregas de moradias, atender aos chamados regulatórios, seguir com o processo de revitalizar o capital líquido e resolver os riscos de dívida.
O mercado projetava uma continuidade da fraqueza nos resultados corporativos da Country Garden, após meses de dificuldades financeiras. No ano passado, a incorporadora perdeu a data de pagamento de diversos títulos, teve seu rating rebaixado por diferentes agências de classificação de risco e observou o enfraquecimento nas receitas operacionais, diante da crise de confiança e perdas profundas no mercado imobiliário da China. Para o Nomura, essa trajetória de crescimento lento da receita e do lucro continuará nos próximos anos.