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Chelsea: o magnata do esporte que pode comprar o time de Roman Abramovich

Tony Ressler é CEO de gestora americana com mais de US$ 300 bilhões sob patrimônio e participação em grandes nomes do esporte, como Atlético de Madrid, Atlanta Hawks e McLaren

Chelsea: Thiago Silva (esq.), Azpilicueta, Kai Havertz e Lukaku comemoram gol (Catherine Ivill/Getty Images)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 30 de abril de 2022 às 08h00.

Última atualização em 2 de maio de 2022 às 14h29.

O bilionário russo Roman Abramovich, pressionado pela Premier League, segue em busca de um novo dono para o Chelsea. Mas a venda, segundo comunicado oficial do clube inglês, "não será acelerada" e "seguirá o devido processo".

O russo quer£3 bilhões pelo Chelsea, o equivalente a R$ 18,6 bilhões. O valor pedido, segundo a mídia internacional, tem sido um empecilho. Isso porque investidores veem potencial de retorno limitado, dado que há pouco espaço para o clube, um gigante do futebol mundial, crescer.

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A situação é bem diferente das oportunidades oferecidas por equipes brasileiras, como Cruzeiro e Botafogo, que foram vendidos com o intuito de serem reestruturados para valerem mais.

Foi isso que Abramovich fez em 2003, quando comprou o time londrino por cerca de£150 milhões, quase 50 anos após sua última e (até então) única conquista do campeonato inglês. Desde então, o Chelsea ganhou mais 5 ligas nacionais e duas Champions League, considerado o principal campeonato para os times europeus.

Apesar dos desafios de lucrar com um ativo já valorizado, o Chelsea tem chamado a atenção de grandes investidores. A compra, segundo o jornal inglês Financial Times, terá o apoio da Ares Management. A gestora americana de private equity, com mais de US$ 300 bilhões de patrimônio, tem negócios em diferentes áreas, mas tem focado cada vez mais no mundo dos esportes.

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Sócio do Atlético de Madrid

Luiz Suarez, atacante do Atlético de Madrid (Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via/Getty Images)

No último ano, a gestora liderada pelo bilionário Tony Ressler, comprou participação de 34% no Atlético de Madrid porЄ182 milhões. O negócio foi firmado em momento de fragilidade do clube espanhol, que sofria com efeitos econômicos da pandemia.

"À medida que o mundo começa a reabrir e com o apoio do capital flexível da Ares, acreditamos que o Atlético de Madrid está bem posicionado para capitalizar o crescimento da demanda de conteúdo e as oportunidades de expansão", disseram os sócios da Ares Management na época.

Agora, as sanções à Rússia, podem soar como oportunidade para a Ares pedir um desconto pelo Chelsea. O preço exigido por Abramovich considera um valor 550% superior ao do Atlético de Madrid, avaliado na época em Є535 milhões ou £ 449 milhões pela cotação atual.

De acordo com fontes do FT, a gestora deve entrar com participação minoritária na oferta liderada pelos bilionários Josh Harris e David Blitzer e na do presidente da NBA, Larry Tanenbaum, e Stephen Pegliuca, co-presidente da Bain Capital.

Dono do Atlanta Hawks

Tony Ressler, dono do Atlanta Hawls e CEO da Ares Management (Ronald Martinez/Getty Images)

As relações do CEO da Ares com a NBA não são de hoje. Tony Ressler é dono e presidente do Conselho de Administração do Atlanta Hawks, adquirido em 2015 pela Ares. A franquia, que tem o armador Trae Young como principal jogador, foi comprada em momento semelhante ao que vive o Chelsea.

Naquele ano, a equipe então liderada pelo técnico Mike Budenholzer, vinha de uma de suas melhores temporadas da história, após chegar à final da Conferência Leste pela primeira vez. Já o Chelsea, neste ano, venceu seu primeiro Mundial de Clubes, depois de ter vencido sua segunda Champions League na temporada passada.

Mas, ainda segundo o FT, uma terceira proposta está na mesa: a de Todd Boehly em conjunto com a gestora Clearlake Capital.

Trae Young, armador do Atlanta Hawks (Michael Reaves/Getty Images)

Da Fórmula 1 ao MMA

A participação em investimentos conjuntos, por sinal, tem feito parte da atuação da Ares no universo esportivo. No ano passado, a gestora colocou £ 400 milhões na equipe de Fórmula 1 da McLaren junto com fundo soberano da Arábia Saudita.

No baseball, o terceiro esporte mais popular dos Estados Unidos (somente atrás do basquete e do futebol americano), a Ares comprou US$ 100 milhões da divida do San Diego Los Padres, da principal liga do país.

Operação semelhante, mas com participação em ações, foi feita pela Ares com a Professional Fighters League (PFL), concorrente do UFC.

McLaren de Daniel Ricciardo em GP da Itália (Miguel Medina/AFP via/Getty Images)

Ações em alta

As ações da Ares Managment, listadas na Bolsa de valores de Nova York (NYSE), acumulam valorização de 50% desde o início do ano passado, quando a gestora passou a intensificar suas apostas no mundo dos esportes.

No Brasil, os papéis da gestora são negociados em forma de BDRs, com o ticker A2RE34. Exposto à variação cambial, o ativo é uma alternativa para investidores que buscam surfar a onda desse mercado. Mas vale ressaltar que os esportes são apenas uma das frentes de investimento da companhia.

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