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Caos na bolsa: mercado se protege apostando em petróleo, serviços e China

Aumento da taxa de juros, escalada da inflação e desaceleração do crescimento econômico preocupam investidores

Bolsa: gestores e estrategistas encontram áreas de resiliência em meio às quedas no mercado de renda variável (Ricardo Moraes/Reuters)

Bolsa: gestores e estrategistas encontram áreas de resiliência em meio às quedas no mercado de renda variável (Ricardo Moraes/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 16 de maio de 2022 às 14h18.

Por Ishika Mookerjee e Abhishek Vishnoi, da Bloomberg

Faltam motivos para otimismo no mercado de renda variável mundial, mas surgem bolsões de abrigo. Gestores e estrategistas encontram áreas de resiliência desde bancos que se beneficiam de aumentos de juros a ações que oferecem dividendos altos e valuations baratos. Aqueles dispostos a suportar a alta volatilidade apostam ainda na eventual reabertura da China.

A busca por refúgios segue a forte queda nos preços de ativos mais arriscados por preocupações com o aumento de juros, inflação e desaceleração do crescimento econômico. O fervor especulativo que impulsionou ações populares, empresas de cheques em branco (SPACs, na sigla em inglês) e criptomoedas murchou. O MSCI All Country World Index se aproxima de um mercado de baixa, com declínio de 17% de um recorde atingido há seis meses.

“Os investidores estão presos entre o medo de que os lucros e valuations estejam sob pressão no curto prazo por causa desses ventos contrários, mas também percebem que os valuations das ações caíram para níveis que se tornaram atraentes para os investidores de longo prazo”, disse David Sekera, estrategista-chefe de mercado para os EUA da Morningstar.

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Dividendos

À medida que as empresas navegam em um mundo de custos de empréstimos e preços de insumos crescentes, ações que oferecem renda aos investidores por meio de rendimentos de dividendos mais são recompensadas pelo mercado. O MSCI World High Dividend Yield, que deve ter um rendimento de 3,8% nos próximos 12 meses, supera o índice mais amplo da MSCI em mais de 10 pontos percentuais este ano.

A baixa sensibilidade a juros das ações de alto rendimento também deve fornecer proteção, disse Timothy Moe, estrategistas do Goldman Sachs, em uma nota focada na Ásia.

Commodities e finanças

Setores como commodities e finanças ainda oferecem espaço para ganhos, já que os lucros devem melhorar no ambiente de alta inflação e juros crescentes, dizem estrategistas.

As ações de petróleo e gás oferecem uma proteção natural contra a inflação – particularmente a inflação de energia – e superaram índices mais amplos por uma ampla margem em 2021 e até agora em 2022. O S&P 500 Energy Index subiu 45% até agora este ano, enquanto o S&P 500 caiu 16%.

A energia também domina a lista das ações globais de melhor desempenho no MSCI World Index este ano.

Para as ações de energia, “o fato de os preços do petróleo terem parado de subir torna o setor não tão atraente quanto antes, mas continua sendo um setor que pode extrair bastante margem sobre os outros”, disse Andrea Cicione, chefe de pesquisa da TS Lombard.

China

Atualmente, a China pode parecer uma aposta arriscada, mas o Credit Suisse e a Invesco estão entre aqueles que apontam para uma recuperação iminente quando os lockdowns diminuírem em grandes cidades como Xangai e Pequim.

Embora ainda esteja em um mercado em baixa, o CSI 300 da China ganhou 2% na semana passada, liderado por ações industriais em seu maior desempenho semanal em relação aos pares globais desde 2020.

Serviços públicos

Ações defensivas - cujos ganhos são menos dependentes dos ciclos econômicos - também oferecem algum consolo. Na Europa, o Stoxx 600 Optimised Defensives Index está praticamente estável no ano, contra queda de cerca de 15% no índice cíclico equivalente.

Investidores devem permanecer “relativamente construtivos” em setores como assistência médica nos EUA e serviços públicos e telecomunicações europeus, disseram estrategistas do Morgan Stanley liderados por Mike Wilson em um relatório.

No geral, o Morgan Stanley prefere as ações japonesas às ações dos EUA devido aos diferentes cenários de política monetária e valuations mais baratos.

--Com a colaboração de Sagarika Jaisinghani e Geoffrey Morgan.

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