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BRF desaba mais de 4% após Marfrig aumentar participação

Marfrig confirmou ter adquirido 31,66% das ações da concorrente; empresa garante que investimento é passivo mas avanço traz preocupações

Movimento traz incerteza para os papéis da dona das marcas Sadia e Perdigão | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Movimento traz incerteza para os papéis da dona das marcas Sadia e Perdigão | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 4 de junho de 2021 às 11h22.

As ações da BRF (BRFS3) são o principal destaque negativo desta sexta-feira, 4, e recuam 4,43% por volta das 11h. Investidores reagem à notícia de que a Marfrig (MRFG3) comprou mais ações da concorrente e já detém 31,66% de participação na empresa.

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Nesta quinta-feira, a Marfrig informou que passou a deter 257.267.671 ações da BRF e que a participação é composta por papéis comprados diretamente no mercado, leilão em bolsa e via opções.

A companhia manteve o posicionamento de que se trata de um investimento passivo e de que não pretende interferir na BRF. A Marfrig afirmou que não tem intenção de eleger membros para o conselho de administração e que não celebrou quaisquer contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto.

Ainda assim, o movimento traz incerteza para os papéis da dona das marcas Sadia e Perdigão. “Ruídos de governança envolvendo a aquisição das ações da BRF pela Marfrig podem causar volatilidade nas ações da BRF, principalmente ao se aproximar a data da assembleia em abril de 2022”, afirmam analistas da Ativa Investimentos em relatório.

A EXAME IN também já havia sinalizado que o clima dentro da BRF ficou pesado após o avanço da Marfrig, indicando que a convivência do conselho até 2022 será um desafio. 

Limite para minoritários

A nova compra coloca a Marfrig perto dos limites estabelecidos no estatuto da BRF para acionistas minoritários. O "poison pill", incluído no estatuto social da BRF, determina que qualquer acionista que se torne titular de 33,33% das ações da empresa terá de divulgar este fato e lançar, em até 30 dias contados a partir da aquisição mais recente, uma oferta pública de aquisição (OPA) para todos os demais acionistas. 

O preço da OPA embutiria um prêmio de 40% sobre a média de preço das ações da BRF nos 120 dias anteriores e também nos 30 dias anteriores.

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