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Brasil é melhor aposta na América Latina, dizem bancos

O Brasil é o único país onde ter posições aplicadas, que lucram com a queda das taxas de juros do mercado, possa valer a pena

Mercado brasileiro: o Citi tem dito aos clientes que apliquem juros no Brasil com vencimento em janeiro de 2025 desde o início de agosto (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Publicado em 12 de setembro de 2022 às 14h25.

O Brasil pode ser o único lugar na América Latina onde os operadores estão corretos em desafiar uma guinada conservadora dos bancos centrais , de acordo com pelo menos três grandes bancos.

Enquanto os mercados de juros de toda a região precificam cortes no próximo ano, analistas do Goldman Sachs , JPMorgan e Citigroup dizem que o Brasil é o único país onde ter posições aplicadas -- que lucram com a queda das taxas de juros do mercado -- possa valer a pena.

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As taxas de juro s futuros do Brasil estão em uma tendência de queda à medida que a inflação desacelera, com o pior da alta nos preços ao consumidor provavelmente ficando para trás. O IPCA, principal indicador de inflação do país, desacelerou pelo segundo mês seguido em agosto e a maioria dos economistas acredita que continuará diminuindo, em parte devido aos cortes nos impostos sobre combustíveis.

A curva de juros do país atualmente precifica mais de 2,7 pontos percentuais em cortes no próximo ano, o que significaria desfazer parcialmente o aperto de 11,75 pontos implantado pelo Banco Central desde o início de 2021.

“Dada a agressividade do Fed e do BCE, os aplicadores de juros de mercados emergentes precisam permanecer bastante seletivos”, escreveram analistas do Citigroup, incluindo Dirk Willer e Andrea Kiguel, em relatório a clientes na quinta-feira.

O Citi tem dito aos clientes que apliquem juros no Brasil com vencimento em janeiro de 2025 desde o início de agosto. A opinião deles é que vale a pena ficar overweight -- com alocação acima da média -- no Brasil, apesar de quaisquer riscos associados às eleições presidenciais do próximo mês.

O JP Morgan também cita o Brasil como o único país da América Latina onde doar juros. O banco gosta da posição aplicada no contrato de depósito interfinanceiro para de janeiro de 2026 “com atividade econômica mais lenta, surpresas negativas na inflação, avaliações atraentes e altas taxas reais”, de acordo com uma nota da Saad Siddiqui e Gisela Brant publicado em agosto.

Os bancos de toda a região tornaram-se mais hawkish. O Chile apresentou um aumento de juros maior do que o esperado na semana passada em meio à mais alta inflação em três décadas, enquanto o presidente da autoridade monetária brasileira disse que os formuladores de política ainda não estão pensando em cortes, enquanto o Federal Reserve reiterou suaresoluçãopara conter a alta de preços.

A perspectiva para qualquer corte de juros na Colômbia no próximo ano também piorou depois que a inflação acelerou mais do que o previsto em agosto, com os preços subindo no ritmo mais rápido desde 1999.

Ainda assim, operadores precificam uma desaceleração do ritmo de aperto no México e no Chile no próximo trimestre e o fim do ciclo de alta no Brasil. Para o próximo ano, as taxas de juros locais precificam mais de 2,5 pontos percentuais em flexibilização no Chile e reduções mais moderadas no México e na Colômbia. O mercado de fundos de futuros de Fed Funds embute uma queda de taxa menor que 0,25 ponto em 2023.

Analistas do Barclays e RBC Capital Markets apostam em cortes de juros em outros países da região, não apenas no Brasil. Lewis Jones, gestor de portfólio da William Blair, disse que também gosta de aplicar taxas na Colômbia e no Peru.

“A inflação começará a cair rapidamente e eles oferecem o prêmio de prazo e valor mais atraente em relação aos juros globais”, disse ele, acrescentando que o Brasil ainda é sua principal escolha para apostar em cortes.

No entanto, estrategistas da Goldman Sachs, incluindo Kamakshya Trivedi e Davide Crosilla, disseram aos clientes para terem cuidado ao apostar em juros mais baixos em mercados emergentes. Assim como o Citi, eles recomendam posição que ganha com a queda das taxas para janeiro de 2025 no Brasil.

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