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Brasil considera adiar emissão ESG com piora do humor nas bolsas globais

Governo pode adiar a transação até que os rendimentos dos títulos retornem a níveis mais baixos

Plano de emissão de títulos ESG faz parte da tentativa do presidente Lula de lançar uma transição verde  (Getty Images/Reprodução)

Plano de emissão de títulos ESG faz parte da tentativa do presidente Lula de lançar uma transição verde (Getty Images/Reprodução)

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Agência de notícias

Publicado em 26 de setembro de 2023 às 19h49.

O Brasil avalia a possibilidade de segurar a tão esperada estreia de emissão de títulos sustentáveis, em razão da piora do humor nos mercados financeiros globais, disse à Bloomberg uma pessoa familiarizada com o assunto.

Embora o governo esteja pronto para avançar com a operação já em 2 de outubro, poderá adiar a transação até que os rendimentos dos títulos (yields) retornem a níveis mais baixos, segundo a pessoa, que pediu para não ser identificada por discutir informações privadas. As autoridades podem decidir segurar a transação por semanas ou meses, disse a pessoa, adicionando que o país possui os dólares necessários para o serviço de sua dívida externa.

As autoridades brasileiras já realizaram uma série de reuniões com investidores em cidades como Nova York e Londres para explicar detalhes da estrutura que regerá os títulos ESG do país. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a recepção dos planos em Wall Street tinha sido “extraordinária”.

Mas os rendimentos dos títulos nos mercados globais subiram nos últimos dias devido às expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manterá as taxas de juro mais elevadas por mais tempo do que o anteriormente esperado. Isso teve um impacto negativo nos ativos dos países em desenvolvimento, com os rendimentos dos títulos de 10 anos do Brasil atingindo o maior nível em 11 meses esta semana, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O Tesouro não comenta.

O plano de emissão faz parte da tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lançar uma transição verde na maior economia da América Latina. As autoridades do país há muito que respondem a perguntas dos investidores sobre o financiamento sustentável, uma vez que o Brasil está atrás de mercados emergentes como o Chile, o México e o Peru, que já emitiram títulos ESG.

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