Bradesco: dividendo complementar será pago em julho do ano que vem (Henrique/SOPA Images/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 19h25.
O Bradesco (BBDC;3; BBDC4) aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) complementares, no valor total de R$ 3,9 bilhões, sendo R$ 0,351190748 por ação ordinária e R$ 0,386309823 por ação preferencial, segundo fato relevante publicado nesta quinta-feira, 18.
Serão beneficiados os acionistas que estiverem inscritos nos banco em 29 de dezembro de 2025 (data-base de direito), passando as ações a serem negociadas “ex-juros sobre o capital próprio complementares” a partir de 30 de dezembro do mesmo ano.
O pagamento ocorrerá até 31 de julho de 2026 pelo valor líquido de R$ 0,298512136 por ação ordinária e
R$ 0,328363349 por ação preferencial, já deduzido do Imposto de Renda na Fonte de 15%.
Em 2025, os valores de juros sobre o capital próprio (JCP) pagos pelo Bradesco somaram R$ 4,41 bilhões. Desse total, R$ 2,11 bilhões referem-se aos pagamentos mensais realizados entre janeiro e novembro, enquanto outros R$ 2,3 bilhões correspondem a JCP intermediários declarados em 20 de março de 2025 e pagos em 31 de outubro.
Além dos valores já desembolsados, a empresa ainda tem R$ 10,09 bilhões em JCP a pagar. O montante inclui R$ 191,6 milhões relativos ao JCP mensal de dezembro de 2025, com pagamento previsto para 2 de janeiro de 2026; R$ 3 bilhões em JCP intermediários declarados em 18 de junho, a serem pagos até 31 de janeiro de 2026; outros R$ 3 bilhões, declarados em 18 de setembro, com pagamento até 30 de abril de 2026; e R$ 3,9 bilhões em JCP complementares anunciados em 18 de dezembro, com liquidação prevista até 31 de julho de 2026.
Com isso, o total de juros sobre o capital próprio referentes a 2025 alcança R$ 14,5 bilhões, considerando valores pagos e a pagar.
Juros sobre capital próprio (JCP) são um tipo de provento distribuído aos acionistas pelas companhias. Assim como os dividendos, os JCP são uma forma de distribuir seus lucros aos seus acionistas ao longo de seu exercício.
Além disso, é importante notar que esse tipo de provento é uma invenção brasileira, funcionando como juros que a empresa deve aos sócios por emprestarem capital.
De fato, a maioria das empresas precisa de recursos para conseguir manter suas operações e crescer no início. O JCP seria, portanto, uma recompensação pelo empréstimo.
As empresas brasileiras devem distribuir pelo menos 25% de seu lucro líquido para seus acionistas em cada exercício social (caso não definam uma porcentagem diferente). Dessa forma, o JCP pode ser uma forma de distribuição alternativa aos dividendos.
Portanto, é fundamental para todo investidor entender o significado de juros sob capital próprio e sua importância para remunerar o acionista, pois o JSCP faz parte do dia a dia de quem investe na bolsa de valores.
A maior diferença relacionada à distribuição dos proventos é que quando falamos sobre Juros sobre Capital Próprio os acionistas estão sujeitos ao imposto de renda de 15% sobre as participações societárias - a partir do ano que vem, a alíquota deve subir para 17,5%. Além disso, o percentual mínimo de distribuição de dividendos deve ser especificado nos estatutos. Os dividendos, por outro lado, não possuem nenhum imposto no Brasil, pelo menos até o final deste ano.
De 2026 em diante, quem receber mais de R$ 50 mil de uma mesma empresa em um mês, pagará imposto de 10% sobre o valor.