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Bovespa devolve parte de ganhos e exterior define rumo

Bolsa teve a alta de 1,09% na quarta-feira, na contramão do exterior, o que garantiu o segundo dia consecutivo de ganhos em meio a um volume financeiro recorde

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2012 às 10h45.

São Paulo - Passado o vencimento de índice futuro, que garantiu descolamento (para cima) dos negócios locais em relação aos mercados internacionais, nesta quarta-feira, a Bovespa deve devolver nesta quinta-feira ao menos parte do "exagero" da véspera. Dados dos EUA piores que o esperado contribuem para certa cautela dos investidores nesta manhã. Além disso, as incertezas em relação ao futuro da Grécia, dias antes das novas eleições, somadas ao recrudescimento dos temores em relação à Espanha e à Itália, embutem novamente volatilidade ao pregão. Por volta das 10h20, o Ibovespa caía 0,20%, aos 55.541,42 pontos.

Segundo um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, a alta de 1,09% na quarta-feira, na contramão do exterior, que garantiu o segundo dia consecutivo de ganhos em meio a um volume financeiro recorde, foi impulsionada especialmente por uma briga entre "comprados" e "vendidos" em índice futuro em torno dos 54 mil pontos. "Descolamos dos mercados internacionais em função do vencimento de índice futuro", afirma, avaliando que, nesta quinta-feira, a Bolsa brasileira deve ser conduzida por "um pouco de realização" e pelo exterior.

O analista gráfico Gilberto Coelho já vê que o Ibovespa está confirmando a superação da média móvel de 21 dias (MM21), "o que indica possível reversão da tendência de curto prazo para alta, faltando somente a inversão de inclinação desta linha de tendência para cima". No entanto, acrescenta ele, em relatório, "precisa respeitar o suporte em 54.500 pontos, o que pode levar a teste de resistências perto dos 56.700 pontos ou 59.000 pontos, onde está a média de 200 dias (MM 200). Se perder o suporte em 54.500, pode voltar ao fundo recente em 52.480".

Em Nova York, por volta de 10h05, o índice futuro do S&P 500 tinha leve alta de 0,17%, digerindo os indicadores econômicos norte-americanos divulgados na manhã desta quinta-feira. O número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedidos de auxílio-desemprego nos EUA na semana passada subiu em 6 mil solicitações, ante expectativa de queda de 2 mil.

O saldo em conta corrente do país no primeiro no primeiro trimestre, por sua vez, foi deficitário em US$ 137 bilhões, pior que a estimativa de déficit de US$ 134,00 bilhões. Já o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio caiu 0,3%, em linha com a previsão dos analistas.

Na Europa, por sua vez, as principais bolsas operam no terreno negativo desde cedo: as 10h07, a Bolsa de Frankfurt perdia 0,54% e a Bolsa de Paris caía 0,36%. Ji a de Madri tinha alta de 0,52%.


Mais cedo, a taxa de retorno ao investidor dos bônus de 10 anos da Espanha atingiu o recorde desde a criação do euro, a 6,85%, após o rebaixamento do rating do país por duas agências de classificação de risco quarta-feira. A Itália também remunerou o investidor a uma taxa bem acima da oferecido anteriormente.

A elevação dos custos de financiamento confirma a apreensão dos investidores, que aguardam também o resultado das eleições deste domingo na Grécia, que devem definir ou não a permanência do país mediterrâneo na zona do euro.

Internamente, informações sobre o novo plano de negócios da Petrobras para o período de 2012 a 2016 devem repercutir na Bovespa nesta quinta-feira. Apesar de o governo, sócio majoritário da companhia, ter se empenhado pela aprovação na reunião do Conselho de Administração da estatal nesta quarta-feira em Brasília, um corte substancial nos investimentos, especialmente na área de Abastecimento e Refino, dividiu os conselheiros. É possível que a definição seja adiada para julho.

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