Mercados

Bovespa deve acompanhar otimismo após Draghi e EUA

Banco Central Europeu vai comprar bônus soberanos de países em dificuldades da zona do euro


	Operadores no pregão eletrônico da Bovespa
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Operadores no pregão eletrônico da Bovespa (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2012 às 10h57.

São Paulo - O otimismo dos mercados internacionais deve animar a Bovespa nesta quinta-feira. O anúncio pelo Banco Central Europeu (BCE) sobre a compra de bônus soberanos de países em dificuldades da zona do euro e a criação maior que a esperada de emprego no setor privado dos Estados Unidos sustentam os ganhos no exterior e tendem a conduzir os negócios locais. Porém, a véspera de feriado no Brasil tende a limitar o fôlego de alta por aqui. Por volta das 10h15, o Ibovespa subia 1,01%, aos 57.438,49 pontos. Em Nova York, o futuro do S&P 500 subia 0,56%. Na Europa, as principais bolsas europeias exibiam ganhos.

Os índices acionários no exterior reagem à aguardada entrevista do presidente do BCE, Mário Draghi, após a decisão de política monetária da instituição, e também a dados sobre o mercado de trabalho dos EUA.

Na manhã desta quinta-feira, o BCE anunciou a manutenção dos juros na zona do euro em 0,75%, conforme o esperado. Depois, Draghi, anunciou em entrevista coletiva que o banco central irá comprar bônus soberanos no mercado secundário, chamado agora de transações monetárias completas (MOT, na sigla em inglês).

O programa será concentrado em títulos com vencimento de um a três anos e não há limite para o tamanho das compras desses papéis, informou Draghi. "Isso fornecerá um amparo total eficaz contra a volatilidade do mercado", explicou o presidente do BCE.

O economista-chefe da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, ressalta que o foco dos mercados está em Draghi nesta quinta-feira, embora eles também aguardem a reunião do Federal Reserve (Fed) no próximo dia 13. "Os mercados trabalhavam desde a madrugada com tendência de alta, na expectativa de medidas. A concretização delas certamente é positiva para os negócios", diz.

Os investidores também digerem nesta manhã a pesquisa ADP, que mostrou a criação de 210 mil vagas no setor privado norte-americano em agosto, bem acima da projeção de 145 mil novos postos de trabalho. Porém, o dado que definirá as apostas em torno da adoção de novos estímulos econômicos nos EUA - uma terceira rodada de relaxamento quantitativo (QE3) - será conhecido nesta sexta-feira.

A expectativa é que o relatório oficial do mercado de trabalho (payroll) revele a criação de 130 mil vagas, com o desemprego em 8,3%. Para Bandeira, da Órama, "o desemprego em 8,3% é muito alto para os EUA. Uma taxa ruim reforça a possibilidade de o Fed (Federal Reserve) agir na reunião do próximo dia 13.


Se a taxa vier boa, reduz um pouco as chances de estímulos." Hoje, ainda sai nos EUA o índice ISM de serviços (às 11h, de Brasília).

Internamente, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta manhã, repetiu expressão "máxima parcimônia" em relação à possível continuidade do processo da queda dos juros básicos da economia.

O termo foi usado no comunicado que se seguiu à decisão de reduzir a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 7,50% ao ano. "Por não trazer grandes novidades, não faz preço na Bolsa hoje", diz Bandeira.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valores

Mais de Mercados

Dólar sobe a R$ 5,65 em primeiro pregão de julho e bate máxima em 30 meses

Sabesp (SBSP3): começa hoje reserva de ações da companhia; veja cronograma e como reservar

Smart Fit (SMFT3): Goldman Sachs inicia cobertura com "compra" e potencial de alta de 50%; ação sobe

Ibovespa esbarra nos 125 mil pontos com ajuda de Vale e Petrobras; dólar fecha em R$ 5,65

Mais na Exame