Invest

Bolsas da Europa fecham sem direção única, ante ponderações sobre dados e juros

BCE e Banco da Inglaterra voltaram a alertar sobre a necessidade de queda da inflação rumo à meta de 2%

BCE: Christine Lagarde é a presidente da entidade  (Lukas Schulze/Getty Images)

BCE: Christine Lagarde é a presidente da entidade (Lukas Schulze/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 15h44.

As bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta sexta-feira 9, enquanto investidores digerem dados da inflação da Alemanha e dos Estados Unidos, maior economia do mundo e parceiro comercial do bloco europeu.

Também no radar, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) voltaram a alertar sobre a necessidade de evidências de queda da inflação rumo à meta de 2%, antes do corte de juros ser considerado.

Em Frankfurt, o DAX fechou em queda de 0,22%, a 16.926,10 pontos mesmo após a pesquisa do Destatis confirmar que a taxa anual do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) da Alemanha desacelerou significativamente em janeiro, a 2,9%.

Mais cedo, o dado manteve as bolsas europeias oscilando próximas a estabilidade, antes de firmarem viés negativo, enquanto investidores ponderavam sobre perspectivas para os juros na região. Dirigente do BCE, François Villeroy de Galhau projetou nesta sexta-feira que o banco provavelmente cortará as taxas de juros neste ano, considerando o progresso no combate à inflação.

Já o dirigente Martins Kazaks admitiu a possibilidade de redução das taxas neste ano, mas alertou que ainda é cedo para atender a precificação do mercado ainda no primeiro trimestre e pediu "paciência". "Temos que esperar até que a história da inflação termine. Se você se apressar, a inflação e também os juros podem começar a subir novamente", afirmou ele.

No Reino Unido, o dirigente do BoE Jonathan Haskel também reiterou que busca mais sinais de que os riscos de inflação no Reino Unido estão diminuindo antes de mudar sua postura a favor de mais aperto monetário.

Em Londres, o índice FTSE 100 caiu 0,31%, a 7.571,98 pontos. Entre os destaques, a ação do Barclays recuou 0,61%, após o banco britânico confirmar a compra do braço bancário da varejista Tesco (+0,04%) por US$ 760 milhões.

Ainda no radar do setor bancário, o BCE sinalizou aos bancos da zona do euro que eles podem enfrentar requisitos de capital mais elevados, caso não tenham controle suficiente sobre riscos relacionados ao setor imobiliário comercial, segundo a Bloomberg.

Os avisos fazem parte das crescentes preocupações com riscos de contágio, após alguns bancos reportarem fortes perdas associadas ao setor imobiliário comercial, como o New York Community Bank, nos EUA, e o Aozora Bank, no Japão. No fechamento, o subíndice de bancos do EuroStoxx caía 0,08%, a 117,22 pontos.

Em Paris, a ação da Hérmes saltou 4,80%, depois que a empresa de artigos de luxo superou projeções de lucro e receita em balanço divulgado nesta sexta. O índice CAC fechou em queda de 0,22%, a 7.649,07 pontos.

Entre outras praças europeias, o índice IBEX 35 também recuou 0 09%, a 9.896,60 pontos, em Madri. Por outro lado, o FTSEMIB fechou em alta de 0,30%, a 31.156,06 pontos, em Milão, enquanto o PSI20 subiu 0,28%, a 6.129,95 pontos, em Lisboa. Todas as cotações são preliminares.

Acompanhe tudo sobre:BCEUnião EuropeiaEuropaEstados Unidos (EUA)

Mais de Invest

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio