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Bolsa europeia fecha em queda após instabilidade do petróleo

Outro fator para a queda foi a declaração do presidente do BCE, Mario Draghi, que disse não ver necessidade de novos cortes nos juros


	Bolsa da Europa: outro fator para a queda foi a declaração do presidente do BCE, Mario Draghi, que disse não ver necessidade de novos cortes nos juros
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Bolsa da Europa: outro fator para a queda foi a declaração do presidente do BCE, Mario Draghi, que disse não ver necessidade de novos cortes nos juros (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2016 às 16h01.

Por Marcelo Osakabe

São Paulo - São Paulo, 10 - Os principais índices acionários europeus fecharam em queda nesta quinta-feira, 10, revertendo as fortes altas registradas com o anúncio da nova rodada de estímulos do Banco Central Europeu (BCE) em meio à queda do petróleo e declarações do presidente da instituição, Mario Draghi - que disse não ver necessidade de novos cortes nos juros.

O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em queda de 1,66%, aos 333,50 pontos.

O BCE surpreendeu os mercados ao anunciar uma saraivada de medidas para estimular a economia e a inflação na região.

Ele cortou sua taxa de refinanciamento de 0,05% para 0% e a taxa de depósitos de -0,30% para -0,40%, ampliou o volume mensal de compras de seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) dos atuais 60 bilhões de euros mensais para 80 bilhões, e também anunciou uma nova série de operações de refinanciamento de longo prazo direcionadas, as chamadas TLTROs.

As medidas fizeram o euro cair 1% ante o dólar e levou as bolsas da região às máximas, com Milão subindo mais de 4% e Paris avançando mais de 3%.

No entanto, a entrevista de Draghi após a reunião do BC europeu reverteu este cenário. O dirigente italiano decepcionou os mercados ao afirmar que não crê na necessidade de novos estímulos, ainda que novos fatos possam mudar a sua opinião.

Como resultado, a moeda europeia apagou as perdas e passou a subir ante a divisa norte-americana, enquanto praticamente todas as praças da região terminaram no vermelho.

"O BCE provavelmente ofereceu tudo o que podia na reunião de hoje", afirmou Neil Williams, economista-chefe da Hermes Investment Management.

O problema com o relaxamento quantitativo, no entanto, é que "ele fornece dinheiro para emprestar, mas não pode forçar consumidores e empresas a pegar emprestado", emendou.

Outro fator que pesou sobre as bolsas foi o recuo do petróleo, que se acentuou após relatos de que uma reunião entre os países produtores pode não acontecer se o Irã não concordar em congelar sua produção.

"Parece que a falta de comprometimento do Irã fez a reunião subir no telhado, podendo inclusive ter acabado com a proposta em si", disse Jasper Lawler, analista de mercado da CMC Markets.

Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 1,78%, na mínima, aos 6.036,70 pontos, pressionado pelo desempenho de mineradoras e petrolíferas como a BP (-3,60%) e a Anglo American (-5,19%).

Já em Paris, o CAC-40 cedeu 1,70%, também na mínima, aos 4.350,35 pontos. As ações do Carrefour tiveram tombo de 6,53% após o grupo varejista divulgar uma queda de 22% no lucro líquido em 2015. Já os papéis da Société Générale cederam 0,59% mesmo após a instituição anunciar um plano para cortar postos de trabalho até 2020.

Em Frankfurt, o índice DAX caiu 2,31%, aos 9.498,15 pontos, pressionado pela apreciação do euro. O destaque negativo ficou com os papéis do setor automotivo: BMW perdeu 3,97%, enquanto Daimler cedeu 4,17% e Volkswagen recuou 3,89%. Na Itália, o FTSE-Mib da bolsa de Milão caiu 0,50%, aos 18.118,23 pontos.

O índice Ibex-35 da bolsa de Madri foi o único que conseguiu se segurar no azul, fechando em alta de 0,07%, aos 8.766,90 pontos. Já o PSI-20 da bolsa de Lisboa recuou aos 4.881,73 pontos, queda de 0,11%.

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