Bolsa interrompe sequência de recordes
Ibovespa vinha de três recordes de fechamento seguidos
Guilherme Guilherme
Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 18h32.
Última atualização em 23 de dezembro de 2019 às 10h06.
São Paulo - O Ibovespa encerrou a sequência de três recordes consecutivos, nesta sexta-feira (20), ao fechar em queda de 0,01%, em 115.121,08 pontos. Na semana, o índice subiu 2,27%.
Nos primeiros minutos do pregão, a Bolsa chegou a registrar a maior pontuação da história ao bater 115.170,58 pontos. Porém, logo em seguida, o Ibovespa entrou em queda e permaneceu no vermelho por praticamente todo o pregão. Nos instantes finais, o índice engatou um movimento de alta e terminar o dia praticamente estável.
Pela manhã, o IPCA-15 (índice de preços ao consumidor amplo), referente à primeira quinzena de dezembro, apontou para uma inflação de 1,05% no período. Embora tenha sido acima do esperado pela média do mercado, o economista-chefe do banco digital Modalmais, Álvaro Bandeira, disse que o resultado teve pouca influência sobre as negociações na Bolsa.
“Tem certa preocupação com o repique da inflação, mas teve nada de novo”, comentou. Na quarta-feira (19), a prévia do IGP-M de dezembro já apontava para uma maior inflação em dezembro.
Segundo o economista a queda foi marcada pela realização de lucro dos ganhos de curto prazo. “A Bolsa vinha de recorde atrás de recorde. Já subiu mais de 6% em dezembro e acumula alta de 30% no ano”, justificou.
Com a aproximação do fim do ano, o economista espera por menos negociações nas próximas duas semanas, o que afasta a possibilidade de grandes variações. “Acho que não vai ter alta forte”, comentou.
O destaque do pregão de hoje (20) ficou com os papéis da Vale, que subiram 1,46% e impediram uma queda mais acentuada do Ibovespa. A alta ocorreu após o conselho de administração da empresa aprovar juros sobre capital próprio (JCP) de 1,414 real por ação, totalizando 7,25 bilhões de reais.Com isso, as ações da Vale recuperaram o valor de antes da tragédia de Brumadinho.
Na outra ponta, os papéis da Marfrig voltaram a se desvalorizar e caíram mais 2,37%. Na semana, a ação registrou o pior desempenho do Ibovespa, com depreciação de 13,02%. Parte dessa queda se deve à venda da participação da BNDES no frigorífico, o que resultou em uma forte oferta de papéis no mercado.