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Ibovespa em queda histórica: o que explica a maior sequência negativa de todos os tempos

Para especialistas, as razões passam por China, Estados Unidos, e questões internas

B3: Ibovespa recua 2,1% na semana (NurPhoto/Getty Images)

B3: Ibovespa recua 2,1% na semana (NurPhoto/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 17 de agosto de 2023 às 08h01.

Última atualização em 17 de agosto de 2023 às 14h59.

O Ibovespa acumula uma sequência de 12 pregões negativos -- a maior da história -- e caminha para mais um pregão de queda nesta quinta-feira, 17. É algo inédito desde a criação do índice, em 1968, segundo dados da Economatica.

Para especialistas, diversas razões justificam a sequência negativa, sendo duas referentes ao campo externo - incertezas em relação à economia chinesa e piora nas Bolsas de Nova York, com a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - e no plano doméstico onde persistem as dúvidas em torno da votação do arcabouço fiscal e da proposta de Orçamento para 2024.

"Além de toda incerteza em relação à economia chinesa, com efeito direto sobre as commodities, há ainda atenção ao fiscal no plano doméstico, com a expectativa para a votação do arcabouço e também para a proposta de Orçamento de 2024. E, nos Estados Unidos, há também a questão dos juros e o efeito sobre a economia e as empresas", disse Gustavo Harada, especialista em renda variável da Blackbird Investimentos.

"A ata (do Fed) trouxe muitos detalhes sobre o desenrolar do cenário econômico por lá, e os diretores do Fed estão vendo ainda riscos de alta na inflação. Eles citam a possibilidade de aperto adicional nos juros para garantir a convergência da inflação para a meta, o que representaria risco de queda adicional para a atividade econômica", observou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Com a queda de ontem, o Ibovespa recua 2,1% na semana. No mês, o índice cede 5,21%, limitando o avanço no ano a 5,34%.

A sequência negativa contrasta com o bom desempenho da Bolsa no primeiro semestre, quando o índice subiu 7,61% e ficou entre os dez melhores investimentos do período. O giro financeiro desta quarta-feira foi a R$ 48,8 bilhões.

Após ter encerrado julho perto dos 122 mil pontos, o índice da B3 ainda não registrou nenhum dia positivo este mês. A marca dos 116 mil pontos era considerada uma referência de suporte importante que, uma vez rompida, poderia levar o Ibovespa ainda mais para baixo, em direção aos 110,5 mil pontos.

Alta

Ontem, na contramão do Ibovespa, as ações da Petrobras subiram. As ON (ação com direito a voto) tiveram alta de 2,95%, enquanto as PN (preferenciais) registraram valorização de 2,2%, um dia após o anúncio, pela estatal, de aumento nos preços da gasolina (16,2%) e do diesel (25,8%) nas refinarias, válidos a partir ontem. Outros destaques de alta foram IRB (+11,86%), Magazine Luiza (+7,22%) e Via (+5,92%). Entre as quedas, estavam as ações da Natura (-8,90%), Hapvida (-5,78%) e Alpargatas (-4,98%).

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