Receita da BlackRock (BLAK34) cai 15% com alta dos juros e mercado em queda
A maior gestora do mundo está também sendo questionada sobre sua gestão ESG
Carlo Cauti
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 14h33.
A BlackRock (BLAK34) divulgou nesta quinta-feira, 13, os resultados do terceiro trimestre de 2022.
A receita da maior gestora do mundo caiu 15% na comparação anual, passando de US$ 5,05 bilhões para US$ 4,3 bilhões.
O lucro operacional caiu 21%, passando de S$ 1,935 bilhões para US$ 1,526 bilhões. A margem operacional também se reduziu, passando de 38,3% para 35,4%. Por sua vez, o lucro líquido diminuiu 16%, passando de US$ 1,681 bilhões para US$ 1,406 bilhões.
Mesmo com esses números negativos, as ações da BlackRock estão operando em alta nesta quinta-feira, após um começo de pregão em queda. Desde o começo do ano, os papéis da gestora já perderam quase 43%.
"O poder de nossa plataforma diversificada é mais evidente em tempos de incerteza, e os clientes estão recorrendo a nós mais do que nunca para nossas soluções abrangentes e integradas. Nossa ampla gama de ofertas de investimento, plataforma de tecnologia líder, abordagem de portfólio completo e insights globais estão repercutindo profundamente à medida que os clientes procuram parceiros para ajudá-los a construir portfólios mais fortes e resilientes que atendam às suas metas de investimento de longo prazo, escreveu no documento de resultados o CEO da BlackRock Laurence Flink.
BlackRock (BLAK34) no olho do furacão por críticas sobre ESG
Sem dúvidas, as altas das taxas de juros decretadas pelo Federal Reserve (Fed) impactaram o resultado da BlackRock, com muitos clientes de varejo que acabaram sacando seus recursos.
Todavia, os clientes institucionais mais do que compensaram a saída dos clientes de varejo, e as entradas líquidas da gestora chegaram e US$ 65 bilhões no trimestre.
Todavia, entre as razões do resultado negativo da BlackRock estão as críticas sobre suas políticas de investimento ambientais, sociais e de governança (ESG).
A gestora se tornou alvo de reclamações e saques por parte de pessoas físicas e jurídicas por causa de seus esforços para pressionar as empresas investidas a considerar o impacto de longo prazo das mudanças climáticas. Essa é uma crítica que vem de ambientes ligados ao Partido Republicano americano. Todavia, os políticos do Partido Democrata também reclamam da gestora, mas pela razão oposta. Segundo eles, a BlackRock não está fazendo o suficiente para persuadir as empresas a reduzir as emissões.
Em videoconferência de resultados com os acionistas, Flink disse que a empresa estava “se envolvendo mais do que nunca com os acionistas". Para o CEO da BlackRock, "estamos contando nossa história para que as pessoas possam tomar decisões com base em fatos, não em desinformação, não na politização de outros.”