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‘Bear market’ nos EUA pode trazer mais perdas, diz Bernstein

As bolsas dos EUA já acumulam perdas de US$ 7,6 trilhões neste ano

Bolsa: os mercados acionários globais enfrentam um ano volátil (Shutterstock/Shutterstock)

Bolsa: os mercados acionários globais enfrentam um ano volátil (Shutterstock/Shutterstock)

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Bloomberg

Publicado em 14 de setembro de 2022 às 10h24.

As bolsas dos EUA já acumulam perdas de US$ 7,6 trilhões neste ano, mas, se a história servir de guia, é provável que os índices acionários caiam ainda mais antes do fim do mercado baixista, de acordo com estrategistas quantitativos do Sanford C. Bernstein.

Uma análise das 15 principais ondas vendedoras desde 1937 mostra que as quedas entre a máxima e um piso giraram em torno de 28%, desse modo, mais acentuadas do que a atual desvalorização de 20%, escreveu a equipe liderada pela analista Ann Larson em nota em 13 de setembro. O “bear market” médio durou de sete a oito meses e incluiu três ralis com retornos de 9%, com duração média de 22 dias, em linha com o padrão deste ano, disseram.

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“Acreditamos que esse ‘bear market’ ainda tenha chão, porque a maioria das grandes ondas vendedoras sincronizadas globais terminou com um regime de inflação moderada/baixo crescimento, e ainda não chegamos lá”, disse Larson.

Os mercados acionários globais enfrentam um ano volátil. O índice S&P 500 entrou em mercado baixista em junho, pressionado pela inflação e bancos centrais com política monetária agressiva, trazendo a possibilidade de uma recessão. A confiança dos investidores foi novamente abalada na terça-feira, com inflação acima do esperado no relatório de preços ao consumidor dos EUA, o que frustrou qualquer esperança de que o Federal Reserve diminua o ritmo de aumento dos juros.

O Nasdaq 100, com forte peso do setor de tecnologia, mergulhou 5,5%, a maior baixa diária desde março de 2020. Alguns participantes do mercado agora se preparam para uma alta da taxa básica ainda maior do que a esperada em setembro. Ações de tecnologia são particularmente vulneráveis a taxas de juros mais altas, pois significam um desconto maior para o valor presente dos lucros futuros. Isso afeta as chamadas empresas de crescimento com maiores valuations, ao mesmo tempo em que elevam a demanda por papéis de companhias do segmento de valor, que são mais baratos.

Os últimos dados de inflação, bem como os recentes sinais de aperto monetário do banco central dos EUA, “provavelmente indicam que um giro do Fed está fora de cogitação no curto prazo, o que deixa os mercados mais vulneráveis a aumentos dos juros e preocupações com o crescimento”, disse Larson.

A equipe do Bernstein está mais otimista sobre as perspectivas de longo prazo para o mercado acionário. Se a inflação estiver realmente próxima ou no pico, isso historicamente levou a retornos positivos para o índice S&P 500 em um horizonte de 12 meses, disseram, acrescentando que o pessimismo dos consumidores também é visto como uma oportunidade de compra daqui a um ano.

Ainda assim, estrategistas alertaram que uma recessão poderia “complicar” qualquer recuperação em um mercado baixista. Desde 1955, o S&P 500 tem caído 13% quando os principais indicadores econômicos dos EUA apontam para uma recessão, “como estão hoje”.

Na Europa, com o cenário incerto de inflação e a crise de energia, também é “muito cedo para se preparar para uma recuperação final”, segundo a equipe.

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