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Bancos, Vale e Petro ganham R$ 300 bi de valor com estrangeiros e rotação

Bolsa registra a maior entrada de capital externo do ano em novembro; resultado parcial aponta para saldo líquido de 30 bilhões de reais

Petrobras: companhia lidera ganhos e aumenta valor de mercado em quase 100 bilhões de reais no mês (Ueslei Marcelino/Reuters)

Petrobras: companhia lidera ganhos e aumenta valor de mercado em quase 100 bilhões de reais no mês (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 18h41.

Última atualização em 28 de novembro de 2020 às 00h29.

Os avanços da vacina contra o coronavírus e as eleições americanas destravaram o maior rali do Ibovespa desde o fim de 2019, com o Ibovespa chegando à quarta semana de alta consecutiva. Nesse período, a bolsa brasileira teve a maior entrada de recursos estrangeiros do ano.

De acordo com dados da B3, investidores internacionais compraram em ações locais 30 bilhões de reais a mais do que venderam entre o início de novembro até o último dia 25. E o valor total das compras já chega a 300 bilhões de reais.

Embora tudo isso tenha sido positivo para o mercado de forma geral, foram as blue chips que, em termos nominais, saíram vencedoras desse processo. São as grandes empresas da bolsa. Juntos, a Vale (VALE3), a Petrobras (PETR3) e os quatro maiores bancos de varejo (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) aumentaram seu valor de mercado em cerca de 307 bilhões de reais.

Mais afetada pelos efeitos da pandemia no seu início, quando o consumo de petróleo no mundo despencou e levou o preço da commodity para patamares inimagináveis, a Petrobras foi a empresa que mais cresceu em valor de mercado no período, aumentado em 92,5 bilhões de reais.

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Sozinha, a companhia foi responsável por mais de um sétimo de todo o aumento de valor de mercado da bolsa entre o início de novembro até o último dia 26, quando o montante total adicional estava em 621 bilhões de reais.

Na sequência, a Vale foi a segunda empresa que mais aumentou seu valor de mercado, que cresceu em 84,7 bilhões de reais. Itaú (ITUB3), Bradesco (BBDC3), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBSA3), juntos, cresceram 130,1 bilhões de reais em valor de mercado.

“O fluxo estrangeiro está aumentando e puxando as blue chips, que têm mais peso na carteira do Ibovespa. Até por isso o índice tende a continuar em alta”, comenta Marcio Loréga, analista da Ativa Investimentos.

“O Ibovespa sobe quando essas ações de Petrobras, Vale e bancos sobem. E por que subiram? Porque os setores de commodities e de bancos, que estavam sofrendo bastante, também subiram nos Estados Unidos”, afirma André Machado, fundador do projeto Os 10%.

Além dessas, outras blue chips, como a Ambev (ABEV3) e a B3 (B3SA3), apresentaram ganhos acentuados, aumentando seus valores de mercado em 35,2 bilhões de reais e 12,3 bilhões de reais, respectivamente.

Em contrapartida, ações que vinham se destacando em meio ao cenário de pandemia foram as que mais sofreram. Beneficiada pelas maiores vendas de e-commerce, a Magazine Luiza (MGLU3) foi a empresa que mais caiu em valor de mercado na bolsa, perdendo 2,5 bilhões de reais, ainda que o momento tenha sido positivo com a Black Friday.

Prejudicada pela rotação de posições na bolsa, a empresa de tecnologia Locaweb (LWSA3), que estreou na bolsa neste ano, perdeu 164,9 milhões de reais em valor de mercado.

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